Gaúcha ZH – O projeto de ter um trem de passageiros ligando as principais cidades da Serra voltou a ser debatido por prefeitos e entidades da região. As discussões se baseiam em novos dados que projetam o fluxo potencial de passageiros para os próximos 30 anos. O levantamento foi apresentado na última semana em uma reunião envolvendo o movimento Mobilização por Caxias (Mobi Caxias) e 14 prefeitos da região.
A pesquisa foi baseada em um levantamento nacional realizado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal responsável por projetos do setor de transportes. A companhia realizou um levantamento de notas fiscais eletrônicas para identificar os negócios realizados entre todas as cidades do país e identificar a chamada matriz de origem-destino. Isso permite verificar de onde saem e para onde vão cargas e passageiros.
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— Filtramos o banco de dados para extrair a informação para a região da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e Região das Hortênsias — explica o engenheiro mecânico Cristian Bertin, voluntário do Mobi Caxias, que levantou os dados da região.
O resultado são cenários que mostram o potencial de crescimento no fluxo de passageiros até 2035 e até 2050, com ou sem estímulos de desenvolvimento logístico. Em todos os casos, há crescimento no potencial da Serra. Com esses dados, a região agora pode conduzir as discussões para definir qual o melhor tipo de transporte. Quatro possibilidades são avaliadas: um trem de matriz europeia, um trem a vapor (com finalidade mais turística), o hyperloop (transporte em cápsula de altíssima velocidade, que está em estudos e é indicado para grandes distâncias) e um trem de levitação magnética desenvolvido no Brasil.
Apesar da retomada das discussões, o caminho até o trem regional se concretizar ainda é longo e demanda muitos estudos. A intenção é incluir o projeto no Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt), que será elaborado somente após a EPL concluir estudo detalhados do ponto de vista nacional.
— O Pelt dá segurança jurídica para os investidores, porque isso significa que a obra é prioritária — explica Bertin.
O projeto do trem regional da Serra já foi considerado prioritário entre projetos do tipo no país, mas desde 2014 o governo federal não deu mais andamento aos trâmites. Além do transporte de passageiros, a Serra também discute a reativação do transporte ferroviário de cargas. Nesse caso, a principal linha das negociações é a reativação do terminal de Vacaria, atualmente fora de funcionamento.
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