Preços do minério de ferro e do níquel impulsionam resultado da Anglo American no Brasil

Foto: Divulgação
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Valor Econômico – Em um cenário de preços das commodities em alta e demanda global firme, a companhia de mineração e metais Anglo American concluiu o primeiro semestre em suas operações no Brasil com forte crescimento. A subsidiária brasileira, que atua com minério de ferro e ferro-níquel, encerrou a metade de 2021 com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 2,012 bilhões.

O resultado representou crescimento de 133% na comparação com mesmo período do ano passado — US$ 863 milhões. Naquele período houve impacto das pandemia de covid-19, principalmente entre abril e junho. “Fizemos neste semestre que acabou em junho o mesmo tanto de todo o ano de 2020”, disse Wilfred Bruijn, presidente da Anglo American Brasil, ao Valor.

A divisão de minério de ferro, operada pelo Sistema Minas-Rio, que transporta o material até o Porto Açu por um mineroduto, impulsionada pela alta do preço da matéria-prima do aço, cresceu 135%. Saiu de um Ebitda de US$ 799 milhões para US$ 1,877 bilhão.

“Esse resultado reflete uma média mais alta nos preços do minério de ferro e a forte valorização do dólar”, afirmou a empresa em nota. A companhia destacou que foi obtido um resultado recorde.

Nas duas unidades de níquel, localizadas em Goiás — Barro Alto e Niquelândia —, o resultado saiu de US$ 64 milhões no primeiro semestre de 2020 para US$ 135 milhões neste ano, com avanço de 111%. O forte aumento se deveu aos maiores preços realizados com o níquel no mercado — atualmente, o metal superou a faixa de US$ 19 mil a tonelada na Bolsa de Londres, a LME.

A subsidiária informou que o preço médio do minério de ferro realizado pela empresa de janeiro a junho foi de U$ 200 a tonelada (FOB Brasil), “refletindo a qualidade do produto, incluindo maior conteúdo de ferro (cerca de 67%)”.

Segundo a Anglo American Brasil, sua produção de minério de ferro no período somou 11,4 milhões de toneladas. O volume representou redução de 9% em comparação com o mesmo período de 2020, com 12,6 milhões de toneladas. De abril a junho, a produção recuou 5% — de 6,1 milhões para 5,9 milhões de toneladas comprado com um ano atrás.

O desempenho operacional, disse a empresa, sofreu impacto de manutenções não planejadas na planta de beneficiamento, e que já foram concluídas, com a maior parte dos volumes com previsão de recuperação durante o restante do ano.

“O Minas-Rio vem consolidando seu processo de ramp-up (crescimento), rumo ao volume nominal de produção de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, que deverá ser alcançado nos próximos anos”, destacou a empresa.

Nas unidades de níquel, uma operação mais antiga e estável, a produção do semestre foi de 20,7 mil toneladas, redução de 5% em relação às 21,7 mil toneladas do mesmo período em 2020, refletindo o menor teor de minério planejado para o período, informa a nota da Anglo American.

De abril a junho, a redução foi menor, de 2%, no volume produzido, com 10,6 mil toneladas de níquel contido no ferro-níquel. “Esse volume já é muito próximo da capacidade instalada das plantas de níquel, o que explica e estabilidade”, informou.

A previsão da companhia para o ano nos dois negócios é de 24 a 25 milhões de toneladas de minério de ferro e entre 42 e 44 mi toneladas de níquel.

O grupo Anglo American, com ações negociadas na Bolsa de Londres, é produtor de diamantes (por meio da De Beers), cobre, metais do grupo da platina, minério de ferro, carvão metalúrgico e níquel.

Hoje, a companhia divulgou pela manhã o resultado financeiro global, com lucro líquido de US$ 5,188 bilhões, Ebitda de US$ 12,14 bilhões e receita líquida de US$ 21,78 bilhões. Declarou que vai remunerar os acionistas com US$ 4 bilhões na forma de dividendos e recompra de ações.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/07/29/preos-do-minrio-de-ferro-e-do-nquel-impulsionam-resultado-da-anglo-american-no-brasil.ghtml

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