Valor Econômico – Ao participar da Live do Valor, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse nesta terça-feira que o governo deverá optar por construir, por enquanto, somente o trecho da ferrovia Transnordestina até o Porto de Pecém, no Ceará. Segundo ele, ainda não há viabilidade para fazer a conexão da ferrovia até Porto de Suape, no Pernambuco.
O projeto foi iniciado na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2006 e 2007, mas até hoje não cumpriu o prazo de conclusão, programado para 2010.
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“Foi um imbróglio que foi herdado, mais um problema de modelagem. Entendo que as duas ‘pernas’ não coexistem. Estou deixando claro para todo mundo que não tem demanda para o ramal de Pernambuco e para o ramal do Ceará”, disse Tarcísio.
O ministro explicou que o projeto precisará ter as bases econômicas redefinidas. “É um contrato que, em função de ter uma quantidade grande de obra enterrada, precisa ser redesenhado. O que dedicamos a fazer, até agora, foi esse redesenho, apertar a tecla ‘reset’”, afirmou.
Segundo ele, o governo tem reconhecido o esforço da concessionária Transnordestina Logística, comandada pela CSN e responsável por construir e operar a ferrovia. Ele contou que a empresa mantém as obras em andamento, com praticamente 1.000 trabalhadores em campo, investindo R$ 300 milhões somente ano passado. “Tenho que buscar aquilo que também gera um alinhamento de sentidos em relação ao concessionário que está la”, reforçou.
“Caducidade”
Tarcísio garantiu que poderá cassar o contrato de concessão da Transnordestina — declarar caducidade — se houve alguma desconformidade no cumprimento das obrigações acordadas, em prejuízo ao interesse público. “A caducidade já foi aprovada pela agência [ANTT], faltando só a gente declarar”, ameaçou.
O ministro disse que a alternativa de relicitar a ferrovia, para escolher um novo investidor, não está nos planos do governo, pois seria “muito difícil de viabilizar”.
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