Valor Econômico – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse nesta sexta-feira que usou reunião com membros do governo federal, na quinta, para avançar com o projeto da ferrovia F118, que liga o Porto do Açu, no norte do Estado, à cidade de Anchieta, no Espírito Santo. A afirmação foi feita em evento sobre infraestrutura, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
“Eu e o [senador do PL Carlos] Portinho discutimos ontem [em Brasília] a necessidade de uma ferrovia chegar ao Açu e a necessidade de melhorar a infraestrutura com novas rodovias. Eu já me comprometi, na parte estadual, a construir quantas rodovias forem necessárias”, disse Castro.
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Ele afirmou que o maior negócio do país nos próximos anos será o Porto do Açu e o parque industrial que ele pode ativar no norte do Estado. “O Porto do Açu é a casa desse novo hub de infraestrutura capaz de mudar a matriz econômica do Rio”, disse o governador.
Castro e Portinho reuniram-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Nos bastidores, eles se queixam que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, dá pouca atenção às demandas do governo fluminense, que, além desse projeto de ferrovia, envolvem apelos de mudança no desenho da concessão do Aeroporto Santos Dumont.
Durante o evento da Firjan, Portinho fez duras críticas à atuação de Tarcísio, acusando-o de tentar inflar artificialmente o valor do Santos Dumont para valorizar o bloco de ativos a ser concedido, que tem mais quatro aeroportos menores do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O Ministério da Infraestrutura quer ampliar o número de voos do Santos Dumont, mas autoridades do Rio de Janeiro afirmam que isso pode retirar voos do Galeão, comprometendo sua viabilidade financeira e evolução como hub internacional. A tese é que o Santos Dumont, ao concentrar mais trechos finais de voos vindos do exterior, retire possíveis ligações diretas com o Galeão.
Outro assunto da pauta foi a situação do Palácio Gustavo Capanema, o icônico edifício modernista no Centro do Rio de Janeiro que o governo federal pretendia incluir na lista de um feirão de imóveis federais a serem oferecidos à iniciativa privada. Ante a forte reação da sociedade civil e entidades de classe ligadas aos setores de arquitetura e urbanismo, Castro pediu a Nogueira a exclusão do prédio dessa lista.
“Acabei de chegar de Brasília, tive uma reunião exatamente falando sobre a parte da infraestrutura que vai fazer o Rio ser reconectado com o Brasil e com o mundo. Foi uma reunião mais acalorada. Estivemos ontem falando exatamente dessa infraestrutura [do Rio de Janeiro], que tem de voltar a pensar o país. Nosso Estado é e tem condição de ser muito mais esse hub que vai emanar crescimento para o país”, disse Castro.
Só lembrando que a ferrovia já existe e foi abandonada.