Poder 360 – O diretor-executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, Edeon Vaz, disse que acredita que o leilão da Ferrogrão, ferrovia que vai ligar Sinop (MT) e Miritituba (PA), aconteça no 1º trimestre do ano que vem, mesmo com as dificuldades que a construção da ferrovia vem enfrentando. Hoje, o projeto encontra-se parado devido a uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal) porque parte de seu traçado passa pelo Parque do Jamanxim, no oeste paraense. Além disso, um grupo de cerca de 40 entidades tenta barrar os mecanismos de financiamento da Ferrogrão através de cartas abertas a fundos e bancos internacionais.
Entretanto, Vaz disse que o setor não trabalha com um plano B, caso o Supremo decida contrário ao traçado original da ferrovia. Segundo ele, se isso acontecer, há possibilidade de rever os caminhos por onde a ferrovia poderá passar e ainda assim ela continuará sendo viável.
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“Vai ser uma ferrovia um pouco mais lenta, mas ela vai transportar o mesmo volume de carga. Ela é viável porque é uma ferrovia que nasce com carga. Quando ela estiver pronta, ela terá 40 milhões de toneladas a ser transportada”, disse Vaz.
O movimento Pró-Logística é parceiro da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso), que também defende a construção da Ferrogrão. Segundo Vaz, a outra opção para suprir a Ferrogrão seria a duplicação da BR-163 (MT/PA), o que é, na visão dele, muito mais danoso ao meio ambiente do que a construção da ferrovia.
A posição do diretor-executivo do Movimento Pró-Logística é a mesma da secretária especial do PPI (Programa de Parceria de Investimentos), Martha Seillier, que disse em entrevista ao Poder360 que mesmo se for necessário mudar o traçado original da Ferrogrão, o que poderia aumentar seu custo em R$ 2 bilhões, ela continua sendo viável.
O projeto original da Ferrogrão foi desenhado para que ela seja construída paralelamente à BR-163 (MT/PA), que vai de Sinop (MT) a Miritituba (PA). Para Vaz, o aumento do escoamento de grãos do Mato Grosso para os portos do Norte do país, o chamado Arco Norte, é irreversível porque sempre será uma alternativa mais barata do que escoar pelo porto de Santos (SP).
“O custo logístico saindo pelo Norte vai ser sempre menor do que saindo por Santos. E nós estamos trabalhando para viabilizar a Ferrogrão para que tenhamos um custo ainda menor do que nós temos hoje”, disse.
A estimativa do setor, de acordo com dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola), é que a partir de 2030 o Mato Grosso produzirá 120 milhões de toneladas de grãos. Desse total, 40 milhões seriam transportados via Ferrogrão para os portos de Miritituba, 40 milhões pela Malha Norte da Rumo, que se liga à Malha Paulista e vai até Santos e o restante pelas rodovias BR 364 até a hidrovia do Madeira e BR-158/155. “Eu digo o seguinte: existe carga para todo mundo”, afirma Vaz.
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