“Obra da Ferrogrão é sustentável; investidores querem assim”

Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT
Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

Mídia News – O ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, em visita recente feita a Mato Grosso, garantiu que o projeto da Ferrogrão está alinhado com as pautas ambientais e o classificou a obra como “sustentável”.

A Ferrogrão vai ligar o município de Sinop até o porto de Miritituba, no Pará, e será um dos principais pontos de escoamento da produção de Mato Grosso. A previsão é que R$ 25 bilhões sejam investidos na obra.

“É comum a pauta ambiental ser usada para impedir empreendimento importante. Agora temos que dar tranquilidade para o investidor, para o brasileiro e para o mundo, que isso também nos preocupa, também é nossa pauta”, afirmou o ministro.

“A provisão da infraestrutura é conciliável com a temática da sustentabilidade. Nós podemos ter uma infraestrutura sustentável. Não são assuntos diversos, que não se misturam, pelo contrário. E a gente está fazendo todo esforço para trazer o máximo de sustentabilidade”, emendou.

De acordo com Tarcísio de Freitas, os investidores desse tipo de empreendimento presam por uma imagem que esteja atrelada a preservação ambiental, e caso o projeto não tenha a premissa de sustentabilidade pode encontrar barreiras no campo empresarial.

“O investidor não virá se não for dessa forma [projeto sustentável]. O investidor preza muito pela sua imagem. Se não for dessa forma, não há financiamento. O fluxo financeiro vai estar atrelado ao padrão ambiental e temos que incorporar isso na largada”, afirmou.

Terras indígenas

Um grupo de ativistas ambientais internacionais chegou a vir ao Brasil nos últimos dias para tentar barrar o projeto da ferrovia. Eles tiveram um convite da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), ONG que é uma das principais oponentes da Ferrogrão. A comitiva é ligada à Internacional Progressista.

Tarcísio nega que o projeto avança sobre terras indígenas. “Não tem área indígena”.

Segundo o Ministério Público Federal foram identificados potenciais impactos sobre o conjunto de terras do povo Munduruku nas regiões do médio e Alto Tapajós; sobre as terras dos povos Panará, Kayapó e Kayapó Mekragnotire, no sudoeste do Pará; e sobre seis terras indígenas em Mato Grosso, incluindo áreas de povos isolados e o Parque Indígena do Xingu.

Ele ainda apontou que a opção para o modal é a duplicação da BR-163, considerada uma das vias mais importante para o agronegócio brasileiro. Ocorre que a obra, segundo ele, trará muito mais impacto ao meio ambiente.

“A opção Ferrogrão é a duplicação da BR-163. Se a gente não fizer, e nós vamos fazer, amanhã iremos estar discutindo a duplicação da BR. Isso é inescapável. E é muito pior sob todos os aspectos”.

“Sob ponto da eficiência energética, sob aspecto do custo, ambiental, ter a duplicação ao invés da ferrovia. A ferrovia é possível. Então vamos trabalhar para tornar ela uma realidade”.

O que falta?

De acordo com Tarcísio, apenas uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Agora, é necessário que o ministro Alexandre de Moraes, que concedeu uma liminar no inicio deste ano barrando o processo de concessão da Ferrogrão, coloque o texto em pauta no plenário para ser votado.

Fonte: https://www.midianews.com.br/politica/obra-da-ferrograo-e-sustentavel-investidores-querem-assim/405806

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