Valor Econômico – O Ultra anunciou ontem seu plano de sucessão, que já era esperado pelo mercado para o conselho de administração, com mudanças relevantes também na gestão dos negócios, incluindo holding e a distribuidora de combustíveis Ipiranga, hoje o calcanhar de Aquiles do grupo.
Marcos Lutz, ex- Cosan, que se tornou conselheiro este ano, assumirá a presidência do colegiado em abril de 2023, no lugar de Pedro Wongtschowski. Antes disso, em janeiro de 2022, o executivo que iniciou carreira no próprio grupo, ficará à frente da Ultrapar, em substituição a Frederico Curado, que deixará a presidência da holding para ocupar a vice-presidência do conselho de administração.
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O movimento servirá como preparação para Lutz assumir o lugar Wongtschowski, cujo mandato se encerrará. Curado chegou ao Ultra em 2017, vindo da Embraer, com a missão de conduzir o redirecionamento estratégico do grupo, revisar seu portfólio de ativos e renovar as lideranças dos negócios.
Durante sua gestão, a Ultrapar mudou o comando de praticamente todas as grandes áreas, acertou a venda de Extrafarma e Oxiteno e orientou sua estratégia para o setor de óleo e gás e à transição energética no país. Ainda assim, o desempenho da Ipiranga frente ao de suas concorrentes vinha a trimestres incomodando o mercado e as ações da Ultrapar foram duramente penalizadas.
Para presidir a Ipiranga, o grupo elegeu o executivo Leonardo Linden, que era vice-presidente da distribuidora desde abril. Antes, o executivo esteve à frente da Iconic, joint venture entre Ipiranga e Chevron no negócio de lubrificantes. Sob seu comando, diz o grupo, a Iconic quintuplicou o resultado operacional (Ebitda) recorrente entre 2018 e 2020. Linden assume em outubro. Marcelo Araújo irá para a recém-criada diretoria executiva corporativa e de participações da Ultrapar.
“O Grupo Ultra, com um processo planejado de sucessão e renovação de suas lideranças em preparação para um novo ciclo de crescimento, assegura a continuidade de sua estratégia de foco nos setores de energia e infraestrutura, com ênfase crescente na transição da matriz energética, além do contínuo aperfeiçoamento de seus processos de governança corporativa”, informou em comunicado.
A companhia indicou ainda que Lutz, que foi presidente da Cosan entre 2009 e 2020 e presidente da Ultracargo, ocupará o posto de principal executivo visando seu aprofundamento nos diversos negócios da Ultrapar. Neste momento, a empresa negocia a compra da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), da Petrobras. Curado, por sua vez, vai suceder Lúcio de Castro Andrade Filho, que se aposenta no fim de 2021, após 45 anos de Ultra.
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