Fogo de palha?
Todos festejam o transporte ferroviário, mas lutam, e lutam muito, pelo setor rodoviário. Esta onda de festejar o transporte ferroviário não significa defesa de ferrovia no mesmo sentido que nós, ferroviários, defendemos sempre e não apenas hoje. Esta onda sempre surge quando o governo acena com investimentos e projetos ferroviários. E, por quê?
Para ver se conseguem algum valor na publicidade, na fabricação de produtos, na incorporação comercial etc. Se o governo esquece da ferrovia, todos os espertos esquecem e correm para os braços do transporte mais republicano do mundo, o rodoviário e vejam que, mais republicano pela capacidade de nele explorar bilhões de impostos e apoios políticos.
IPVA, pneus novos, diesel caro (cheio de impostos), custo de carta de motorista especial, desgastes dos caminhões de baixa qualidade, pedágios caros, impostos sobre peças de caminhões e serviços pagos pelos caminhoneiros no seu caminhão.
E para onde vai a montanha de impostos recolhidos? Para onde?
Esta onda de puxa-sacos é muito bem conhecida por nós, ferroviários das antigas e verdadeiras ferrovias. Muitos empresários brincam de tirar altos lucros com trens e isto é muito diferente de uma verdadeira ferrovia!
O pintor Hopper mostra em seu quadro a grandiosidade da locomotiva americana, mas nós também devemos e podemos enxergar o brilho nos olhos daquele adulto e daquela criança na plataforma da estação, brilho que cria futuro e que cria perspectivas para a ferrovia, o transporte que desenvolveu todas as grandes nações deste planeta.
José Marques
jms3000@bol.com.br
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