Midiamax (MS) – A Nova Ferroeste, ferrovia que vai interligar os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, teve edital lançado na última terça-feira (21), e ficará aberto para análise até 15 de julho. Após este período, será iniciada a fase de preparação para o leilão, que, segundo o governador do Paraná, Ratinho Junior, será realizado entre o fim de setembro e início de outubro na B3 (Bolsa, Brasil, Balcão), em São Paulo. Com a conclusão do leilão, as obras se iniciam em janeiro de 2023.
A previsão de investimentos até o momento, já incluindo o trecho até Chapecó — no oeste de Santa Catarina — é de R$ 35,8 bilhões, dos quais R$ 4,7 bilhões serão destinados ao Mato Grosso do Sul. Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), esteve em Curitiba esta semana e acompanhou o lançamento do edital, mas foi o governador paranaense Ratinho Junior que soltou verbo em direção a Mato Grosso do Sul, ao afirmar que o trecho de cerca de 350 km de trilhos — em terras sul-mato-grossenses — também ficará pronto na primeira parte da obra, que deve ser finalizada entre 2029 e 2030, caso tudo se inicie em janeiro de 2023.
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Amparado por dados técnicos e logísticos, o secretário Jaime Verruck distribuiu uma série de informações sobre o que potencializa Mato Grosso do Sul a estar na primeira fase da obra. De acordo com Verruck, 40% da produção de grãos do Estado já escoam pelo porto de Paranaguá. O secretário disse, ainda, que a cada 100 vagões de trem abarrotados de milho e farelo de soja, um total de 357 caminhões deixariam de circular pelas BRs. Além disso, Verruck cravou que o transporte ferroviário iria diminuir os custos logísticos em pelo menos 30%, permitindo ao produtor rural sul-mato-grossense ter uma boa margem de negociação, sem ser ofuscado — ou engolido — pelos atuais custos de óleo diesel pelo modal rodoviário.
Munido de informações baseadas em uma série de estudos técnicos, Jaime Verruck explicou que a área plantada de soja vai aumentar em um milhão de hectares, saltando de 4 para 5 milhões, com o milho representando de 50% a 70% deste total e que os novos trechos a serem plantados são, na realidade, compostos por áreas degradadas por um antigo e descartado modelo pecuarista extensivo. “Isso mostra o potencial sustentável deste projeto imenso”, disse o secretário. Hoje, caminhões percorrem cerca de 1.200 km de Dourados até o Porto de Paranaguá para realizar o escoamento da produção de grãos.
Outro ponto detalhadamente comentado na abertura do edital da Nova Ferroeste está diretamente ligado ao Estado de Santa Catarina, com a construção de um ramal até o município de Chapecó. Isso faria com que o Estado de Mato Grosso do Sul alimentasse, de maneira mais rápida e eficiente, a indústria de frango e suínos com mais milho e farelo de soja para as duas pecuárias. Neste caso, Jaime Verruck já apresentou números e disse que este ano a produção de soja deve atingir 13 milhões de toneladas e a de milho outros 12 milhões. Em Mato Grosso do Sul, a Nova Ferroeste vai passar por oito municípios: Maracaju, Itaporã, Dourados, Caarapó, Amambai, Iguatemi, Eldorado e Mundo Novo.
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