Metrô CPTM – O entorno do Viaduto São Carlos seria irreconhecível hoje se os planos do governo do estado há pelo menos sete anos tivessem sido realizados. Em 2015, como mostrou este site, a CPTM projetada erguer no local a estação Parque da Mooca, um imenso complexo de mobilidade que atenderia as linhas 10-Turquesa, 13-Jade, 6-Laranja (atual Linha 16) e o Trem Intercidades para Santos.
A enorme “gare” teria uma arquitetura sustentável e um projeto que englobaria diversos serviços para um público estimado em 180 mil pessoas diariamente. O impacto do plano seria enorme e capaz de mudar o aspecto abandonado da região.
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Mas como em vários projetos grandiosos, faltaram recursos e organização para tirar a ideia do papel. Apesar disso, persistem os planos de construir uma estação no local, como foi mostrado nos documentos do projeto preliminar da Linha 16-Violeta do Metrô.
O futuro ramal que atenderá a Zona Leste indo até a região do Paraíso e Jardim Paulistano contará com a estação São Carlos, vizinha de Parque da Mooca, da CPTM. A parada da Linha 16 está prevista para ser localizada entre a Rua Presidente Costa Pereira e Avenida Presidente Wilson, posição que mudar com o projeto básico.
A escolha do local se dá pela proximidade com a Linha 10, mas também por um motivo curioso, a possível ida da Linha 13-Jade até lá. Sim, o ramal que a atual gestão de governo pretende estender até a estação Palmeiras-Barra Funda em 2024 ainda permanece nos planos da CPTM como um ramal subterrâneo em direção ao sudoeste.
Projeto capaz de mudar o cenário da região
“A CPTM desenvolveu projetos para que a Linha 13-Jade, o Expresso ABC e o Trem Intercidades São Paulo-Santos também cheguem a este local. Contudo, ainda não há horizonte de implantação para estes projetos”, diz trecho do estudo do Metrô.
Interessante notar que pelo aspecto técnico, os projetos são mais embasados e de longo prazo, ao contrário de soluções políticas apressadas como fazer a Linha 13 dividir vias com as linhas 11 e 12 na região central.
Segundo o Metrô, a estação São Carlos terá uma demanda diária prevista de “56.110 passageiros, dos quais 4.946 são de embarques e 7.849 de desembarques na hora pico manhã”.
Apesar de ser uma região de baixa densidade populacional por conta do caráter industrial do entorno, a expectativa é que a implantação das novas estações sirva como estúmulo para a verticalização do entorno.
Plataformas sobrepostas
Assim como em todo o trecho central, São Carlos terá a visita do tatuzão “TBM4”, que escavará um túnel de grande diâmetro com plataformas sobrepostas. Apesar disso, o corpo da estação será escavado pelo método VCA (Vala a Céu Aberto). Faz parte ainda do plano a construção de uma passarela de ligação com o Expresso Tiradentes, da SPTrans.
O Metrô também afirma que todo o conceito foi baseado no projeto funcional da imensa estação Parque da Mooca, da CPTM. “O conjunto das estações formará um grande eixo de circulação que superará as barreiras do Tamanduateí, avenida do Estado e faixa ferroviária, conectando a Mooca ao Ipiranga de forma segura e confortável para os pedestres”, diz o documento.
Por fim, o projeto diretriz propõe ainda todo um conjunto de edificações de uso misto como parte do chamado “masterplan”. Eles terão térreos comerciais voltados para praças, calçadas largas e para uma galeria, explica.
Se ainda está longe de se tornar real, a implantação da estação São Carlos mantém viva a esperança de que a região que une Mooca, Ipiranga e Cambuci possa um dia ser requalificada.
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