Klabin produz insumo de fertilizante

Valor Econômico – A Klabin se tornou a primeira indústria de papel e celulose no mundo a produzir sulfato de potássio, usado na formulação de fertilizantes, a partir de resíduos industriais. A companhia colocou em operação, nesta semana, uma planta na unidade de Ortigueira (PR), junto com Puma II, que permitirá alcançar a autossuficiência no insumo, substituindo importações da Rússia. O potássio é usado na adubação de suas florestas.

O valor do investimento na unidade não é divulgado, mas o retorno, segundo Francisco Razzolini, diretor de Tecnologia Industrial, Inovação e Sustentabilidade da Klabin, se dará em menos de um ano. “Esse é um passo importante, porque coloca as fábricas modernas de celulose e papel no mesmo ‘hall’ das biorrefinarias”, explicou o executivo. A Klabin já reaproveita outros insumos a partir do processo produtivo, como a lignina.

O sulfato de potássio será obtido com o tratamento das cinzas geradas na caldeira de recuperação. Essas cinzas são tratadas, com a remoção do potássio, e de outros elementos, que antes era descartado. Hoje o Brasil importa cerca de 96,5% do potássio usado para adubação do solo e metade do volume vem de países como Rússia e Belarus.

Conforme Razzolini, a fábrica tem capacidade de recuperar o potássio que vem junto com a madeira usada na produção de celulose tanto em Puma I, a maior linha de fibra da companhia, quanto em Puma II, que hoje conta com uma máquina de papel integrada à produção de celulose e terá mais uma máquina, de papel cartão. Por ano, a Klabin consome cerca de 8 mil toneladas de potássio nos plantios. A unidade, por sua vez, pode chegar a 9 mil toneladas quando estiver em plena operação.

A produção própria de potássio também permitirá à Klabin reduzir o custo caixa de produção de celulose. Com a guerra na Ucrânia, a tonelada de potássio no mercado internacional chegou a US$ 850 e tem elevado os custos no agronegócio de maneira geral, em todo o mundo.

Ainda não está decidido se a Klabin usará diretamente todo sulfato de potássio ou se vai firmar parceria com os misturadores de NPK (fertilizante Nitrogênio, Fósforo e Potássio).

De acordo com o executivo, o investimento também tem um viés de sustentabilidade, uma vez que possibilita o aproveitamento de subprodutos do processo produtivo de celulose e papel. A experiência poderia ser replicada em outras unidades em que também há produção de celulose, acrescentou.

“Recuperamos nossos químicos. O processo da celulose é circular, mas alguns elementos que vêm com a madeira não tinham uso como o potássio. Junto com fornecedores, desenvolvemos esse sistema que permite obter o sulfato de potássio”, contou.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/09/02/klabin-produz-insumo-de-fertilizante.ghtml

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