Valor Econômico – A Bahia Mineração (Bamin), pertencente ao grupo Eurasian Resources Group (ERG), que tem origem no Cazaquistão, ampliou o plano de investimentos na Bahia de R$ 14 bilhões para R$ 20 bilhões até 2026. A mineradora aumentou o plano de produção de minério de ferro no Estado, de 18 milhões de toneladas para 26 milhões de toneladas por ano a partir de 2026. Para isso, a companhia pesquisa a viabilidade econômica da exploração de outras minas no Estado.
A Bamin também avalia participar, no ano que vem, do leilão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste entre Caetité (BA) e Barreiras (BA) — (Fiol II) —, com extensão de 485 quilômetros.
O projeto atual de investimentos da Bamin inclui o Porto Sul, em Ilhéus (BA), a ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol I), que vai de Ilhéus (BA) a Caetité (BA), somando 537 quilômetros, e a exploração de minas. Do valor total previsto, R$ 1 bilhão são investidos neste ano com recursos próprios.
“Fizemos pesquisas de mercado e a conclusão é que existe demanda para a produção de até 40 milhões de toneladas por ano”, disse o presidente da Bamin, Eduardo Ledsham. O executivo disse que a companhia possui outros direitos minerários e realiza, neste momento, estudos de viabilidade econômica para explorar outras áreas. “Estamos bastante otimistas com o nosso modelo econômico até agora. A projeção é que, com as minas satélites, vamos conseguir estender a vida da produção minerária para 52 anos”, afirmou.
Com a proposta original de produção de 18 milhões de toneladas por ano, a previsão era que a mina estaria exaurida em 26 anos. Esse tempo baixou para 22 anos com o aumento do volume a ser produzido por ano a partir de 2026.
No ano passado, a Bamin produziu na Bahia 1,07 milhão de toneladas. Neste ano, a produção chegará a 950 mil toneladas, estimou o executivo. “Já foi pedida autorização ao governo da Bahia para aumentar a extração para produzir 2 milhões de toneladas no ano que vem”, afirmou Ledsham.
Da produção deste ano, 570 mil toneladas serão exportadas para a China, 260 mil toneladas vão para a Europa e o restante fica no mercado interno. Atualmente, a produção é escoada pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) da VLI e a exportação é embarcada pelo terminal portuário da Enseada, no Recôncavo Baiano.
Porto Sul
Os investimentos neste ano estão mais concentrados nas obras do Porto Sul. Ledsham disse que as obras começaram no ano passado e, após a conclusão da primeira fase, em setembro, a expansão do porto vai levar 48 meses. O porto poderá receber navios com capacidade de 220 mil toneladas. O porto terá capacidade para 42 milhões de toneladas de embarque, segundo o executivo. Desse total, a Bamin pretende usar 60% e os outros 40% serão usados para embarques do agronegócio.
A Bamin montou uma base em Jequié (BA), com 120 pessoas, para a implantação da ferrovia, que começará no ano que vem. A expectativa da companhia é que 55 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados na fase de construção das obras.
Neste ano, a Bamin investe na abertura de acesso às estradas de acesso à mina e à ferrovia. A ferrovia terá 39 terminais, onde produtores poderão acessar e fazer embarques, segundo o presidente. “Nós fechamos um memorando de intenções com produtores e indústrias da Bahia para exportar pelo Porto Sul”, disse Ledsham.
Segundo o executivo, o Estado produz 7,5 milhões de toneladas de grãos por ano e, hoje, fazem o escoamento por rodovias. A ferrovia terá capacidade para 60 milhões de toneladas, das quais 40% serão usadas pela Bamin.
Em relação à busca de investidores para bancar parte do projeto, Ledsham disse que já tem negociações avançadas com bancos nacionais e internacionais, mas não forneceu mais detalhes.
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