Celulose adia correção de preço e permanece em níveis históricos

Valor Econômico – Contra todas as expectativas de mercado — à exceção do que vinham dizendo os grandes produtores brasileiros —, os preços da celulose de fibra curta seguem rondando níveis históricos, empurrando para frente uma provável correção. Fontes da indústria ouvidas pelo Valor indicaram que a celulose de eucalipto tende a permanecer acima de US$ 800 por tonelada nas próximas semanas, refletindo a manutenção dos estoques globais em níveis reduzidos, os gargalos na logística global e o atraso na entrada de novas capacidades — a chilena Arauco teria postergado mais um vez a partida do projeto Mapa, que estava previsto para este mês.

Na última sexta-feira, segundo pesquisa semanal da Fastmarkets Foex, o preço líquido da celulose de fibra curta na China estava em US$ 865,44 por tonelada, com variação negativa de US$ 0,70 em uma semana, porém estável na comparação mensal.

Já a celulose de fibra longa experimentou correção mais acentuada no mercado chinês e recuou US$ 8,30 na última semana e US$ 22,20 no mês, para US$ 930,89 por tonelada.

Com isso, a diferença de preços entre dos dois tipos de fibra chegou a US$ 65 por tonelada, ainda bem abaixo dos níveis normalizados, de US$ 120 por tonelada. É incomum que o spread permaneça tão justo por longos períodos.

De acordo com os analistas Leonardo Correa e Cio Greiner, do BTG Pactual, os preços de revenda da celulose de eucalipto na China voltaram a recuar na última semana, perdendo US$ 11,70 por tonelada, equivalentes a US$ 812,51 por tonelada, portanto abaixo do valor da fibra importada. Esse descolamento, em situações normais, poderia levar à correção no preço de importação.

Em relatório da semana passada, produzido após reunião com o comando da Klabin, os analistas do BTG ressaltaram que a expectativa da companhia, única produtora de três tipos de celulose no país, é de manutenção “firme” dos preços da matéria-prima acima de US$ 800 por tonelada até o fim do ano. “A visibilidade para os preços é boa, com os volumes contratados para novembro a preços constantes e dezembro indicando estabilidade”, escreveram.

Em relatório de prévia de resultados, os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, do Santander, apontam que Suzano e Klabin devem ter registrado o melhor desempenho entre as companhias do setor no terceiro trimestre. No período, escreveram, o preço médio da celulose de fibra curta avançou 7% na comparação trimestral, ou US$ 59 por tonelada, na China, segundo o índice Foex.

Diante disso, a expectativa é que os produtores brasileiros, que divulgam balanço nesta semana, tenham realizado preços acima de US$ 800 por tonelada no intervalo.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/10/24/celulose-adia-correcao-de-preco-e-permanece-em-niveis-historicos.ghtml

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