Setor de infraestrutura: salários chegam a R$ 80 mil para cargos de liderança

Em termos de remuneração, gerentes ganham de R$ 15 mil e R$ 18 mil a R$ 45 mil, e diretores têm salários de até R$ 80 mil. — Foto: Getty Images
Em termos de remuneração, gerentes ganham de R$ 15 mil e R$ 18 mil a R$ 45 mil, e diretores têm salários de até R$ 80 mil. — Foto: Getty Images

Valor Econômico – O que vale para disputar um cargo de comando na área de infraestrutura é o quanto de sola de sapato o candidato já gastou no ramo. “O background exigido para gestores inclui experiência e forte capacidade de execução”, resume Lucas Toledo, diretor-executivo do grupo de recrutamento PageGroup, com projetos de seleção em concessionárias de energia, saneamento, transporte e aeroportos. Em termos de remuneração, gerentes ganham de R$ 15 mil e R$ 18 mil a R$ 45 mil, e diretores têm salários de até R$ 80 mil.

Para chamar a atenção do empregador, o candidato precisa ainda mostrar um perfil “tecnológico”, avisa. “As empresas estão usando sistemas e dados para conseguir operar bem.”

Também é necessário ser um bom gestor de pessoas, por conta da magnitude dos projetos em andamento; e apresentar um conhecimento profundo em finanças. A área se relaciona com metas e planejamento, justifica.

É o caso do boliviano naturalizado brasileiro Luis Miguel Gutierrez Klinsky, 40 anos, gerente de pavimentos da CCR Rodovias, contratado em junho deste ano. Antes de trocar a Cidade do Panamá, no Panamá, onde morava, por Limeira, no interior paulista, ele era o executivo principal em rodovias do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), entidade multilateral que financia projetos de infraestrutura em 20 países.

“Fui contratado por meio de indicação de um colega, que me recomendou para a vaga no Brasil”, diz o profissional, que já havia integrado o time da CCR entre 2013 e 2020. Atualmente, Klinsky lidera equipes no centro de pesquisas do grupo, responsável por desenvolver novos tipos de asfalto e soluções de pavimento para estradas. Além da proposta da CCR, recebeu duas ofertas de trabalho em 2021 e uma em 2022.

Segundo Toledo, do PageGroup, com a escalada de concessões liberadas, o tempo para “entregar” um profissional adequado a uma vaga vai depender da urgência da contratante. “Normalmente, variamos de duas a três semanas para encontrar um gestor e fazer o recrutamento”, diz. “Mas até que ele seja efetivado, esse período pode ultrapassar 40 dias, desde o desligamento [da antiga empresa] até as validações do cliente”. O prazo é considerado o mesmo para identificar especialistas em indústrias como a de recursos naturais.

Para reter o profissional “em casa” e afastá-lo da concorrência, a orientação do consultor é investir em “combinados”. “É importante fazer um alinhamento inicial de remuneração no curto, médio e longo prazo e, em alguns casos, até de participação nos resultados”. Para quem precisa mudar de cidade, ação comum no setor, vale oferecer um pacote de transição de moradia, com suporte à família, afirma.

Toledo registra uma movimentação de companhias estrangeiras interessadas em conhecer melhor o mercado local. No último leilão dos aeroportos, por exemplo, além da espanhola Aena, houve arremates por operadoras europeias, como a francesa Vinci, a alemã Fraport e a suíça Zurich.

A Fraport Brasil disse ao Valor que a alta liderança local sofreu pouca alteração nos cinco anos em que está atuando no país e que não haviam acontecido contratações no alto escalão em 2022, até setembro. A Vinci e a Zurich não comentaram.

Fonte: https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/10/13/salarios-chegam-a-r-80-mil-para-cargos-de-lideranca.ghtml

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