Embarques de milho brasileiro à China podem ter início em breve

Operação de exportação de milho no porto de Paranaguá (PR) — Foto: Foto: Claudio Neves/Divulgação
Operação de exportação de milho no porto de Paranaguá (PR) — Foto: Foto: Claudio Neves/Divulgação

Valor Econômico – A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) publicou uma lista com 136 estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar milho ao país asiático. A autorização era o passo que faltava para o início dos embarques do cereal nacional àquele mercado.

A lista foi enviada pelo Ministério da Agricultura do Brasil após auditoria nos estabelecimentos, exigência incluída pelos chineses no protocolo de exportação de milho assinado recentemente entre os dois países. Nesta quarta-feira, a GACC publicou a atualização das empresas autorizadas a exportar grãos para a China e incluiu as unidades brasileiras exportadoras do cereal pela primeira vez.

A lista inclui unidades exportadoras de 14 Estados. São 53 estabelecimentos localizados em Mato Grosso, 24 no Paraná, 20 em São Paulo, 8 em Goiás, 7 em Santa Catarina, 5 no Rio Grande do Sul, 4 na Bahia, 4 no Espírito Santo, 3 no Maranhão, 3 em Mato Grosso do Sul, 2 no Pará, 1 em Minas Gerais, 1 em Rondônia e 1 no Piauí.

Grandes tradings multinacionais presentes no Brasil, como Bunge, Louis Dreyfus Company, Cargill e Cofco International, estão entre as donas de unidades exportadoras autorizadas a embarcar milho aos chineses.

As brasileiras Amaggi e 3tentos também tiveram plantas habilitadas, entre várias outras, bem como as cooperativas como Coamo e C. Vale. Ao todo, 51 empresas estão na lista. Dos 136 estabelecimentos autorizados a exportar milho para a China, nove também são registrados como terminais de grãos e três como exportador portuário.

Auditorias continuam

O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Glauco Bertoldo, disse que as auditorias nos demais estabelecimentos interessados em exportar milho para a China continuam.

A ideia é enviar novas listas para aprovação dos chineses todos os meses, de acordo com a necessidade e a demanda dos exportadores. “Essas 136 unidades já estão autorizadas a exportar, a lista já está no site da GACC”, confirmou ao Valor.

No Cadastro Geral de Classificação (CGC) do Ministério da Agricultura, constam 659 estabelecimentos ativos para a exportação de milho para a China. O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, disse que o ministério precisa criar um fluxo contínuo de envio das informações de novos estabelecimentos para aprovação da China.

“À medida que o ministério certifica uma nova empresa, tem que mandar para a GACC. Não pode segurar por um longo tempo para formar uma nova lista. Tem que mandar como fluxo contínuo”, comentou. Segundo ele, a auditoria pode ser feita após o envio da documentação para os chineses, para agilizar o processo de liberação. “A GACC aceita auditoria a posteriori”, completou.

As tratativas para o comércio de milho brasileiro para a China avançaram a partir de maio deste ano, quando o tema foi discutido na reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).

Em agosto, com o aumento da demanda chinesa por milho e a tensão nas relações comerciais entre China e Estados Unidos, principais produtores do cereal, Pequim abriu mão de uma exigência prevista no protocolo inicial para controle e monitoramento sanitário da safra para evitar a entrada de 18 pragas quarentenárias nas cargas de milho enviadas para lá.

Com a flexibilização, o Ministério da Agricultura iniciou o processo de cadastro, auditoria e envio da lista de empresas exportadoras para a China. A previsão é que a exigência de controle sanitário da safra de milho valha para a colheita brasileira de 2023.

Fonte: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/11/02/embarques-de-milho-brasileiro-a-china-podem-ter-inicio-em-breve.ghtml

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