Valor Econômico – O governo de Minas Gerais obteve hoje sinal positivo da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito dos leilões de concessão da Ceasa-MG, empresa federal, e do Metrô de Belo Horizonte, administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), também controlado pela União.
Havia por parte do governo de Romeu Zema (Novo) preocupação quanto à possibilidade da equipe de transição impor barreiras às concessões. Os leilões estão marcados para 21 e 22 de dezembro. Nos últimos dias, representantes da coligação de Lula, como o deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP), defenderam que o leilão do metrô fosse adiado.
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“O governo de transição afirmou que vê os projetos como importantes e que estão sendo considerados na transição. Valeu a vinda a Brasília”, afirmou o secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, após reunião em Brasília com a equipe de transição.
O senador Alexandre Silveira (PSD), que coordena o grupo da infraestrutura da equipe de transição, colocou-se à disposição para intermediar as conversas entre o governo de Minas Gerais e a equipe de Lula e pediu mais informações sobre os processos de concessão.
“O metrô é um dos principais exemplos de algo que precisa ser resolvido com urgência e sem demagogia. Não podemos simplesmente entregar a responsabilidade para terceiros sem a garantia de que a obra será feita, que os serviços serão melhorados e sem saber qual o custo final para o usuário”, afirmou Silveira.
O senador ouviu as principais demandas de infraestrutura do Estado e cobrou um cronograma das obras de ampliação do metrô. “Estamos buscando jogar luz sobre o projeto e o contrato, do qual o atual governo não terá mais nenhuma gerência”, disse Silveira.
Zema fez campanha para o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o segundo turno e se colocou como oposição ao governo Lula. O governador de Minas defende a privatização das estatais como parte da política para desonerar o Estado. Lula, durante a campanha, afirmou várias vezes ser contra as privatizações.
Marcato entregou à equipe de transição uma lista de projetos prioritários para Minas Gerais. Ela inclui a expansão do Metrô de Belo Horizonte, a concessão do metro, do CeasaMinas, de trechos das rodovias BR 381, BR 262, BR 040, BR 251 e de aeroportos regionais.
O governo de Minas Gerais também incluiu na lista de prioridades a manutenção do Marco Legal das Ferrovias, a renovação do projeto da FCA com destinação das outorgas para construção do ramal Unaí-Pirapora e para projetos de outros ramais ferroviários em Minas Gerais.
Foram incluídas ainda como prioridades a construção do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, a retomada do programa de restauração das rodovias federal em Minas Gerais, a regulamentação de verbas de desenvolvimento tecnológico e inovação pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, e apresentação do status dos contratos vigentes com o governo federal.
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