Valor Econômico – A Rumo, que na quinta-feira (3) anunciou o início do projeto de extensão da Malha Norte no Mato Grosso, prevê entregar a nova ferrovia em fases: o terminal em Campo Verde deverá ser concluído até dezembro de 2025; o terminal de Cuiabá, em junho de 2026; o de Nova Mutum, em dezembro de 2027; e o de Lucas do Rio Verde, em dezembro de 2028.
Os prazos são flexíveis, segundo o contrato firmado no ano passado com o governo do Mato Grosso. As entregas poderão ter atrasos de dois anos sem necessidade de justificativa. Caso necessário, poderá haver atrasos de mais três anos, mediante aval da agência reguladora, explicou Rafael Bergman, vice-presidente financeiro da empresa, em teleconferência realizada na manhã desta sexta (04).
A companhia aprovou nesta quinta-feira (03) o início das obras. A empresa já tem licenças de instalação para fazer uma primeira intervenção (um viaduto no cruzamento com a BR-163), e a expectativa é obter, nos próximos meses, a licença para os próximos trechos, disse ele. O início das obras foi atrasado por uma ação movida pelo Ministério Público Federal, que exigiu que a companhia faça consultas prévias às comunidades indígenas que vivem no entorno do empreendimento. O acordo para a liberação do projeto foi firmado na quinta.
Investimento
O aumento na previsão de investimento total na ferrovia da Rumo no Mato Grosso se deu tanto pela pressão inflacionária quanto pelo maior detalhamento dos projetos, segundo Bergman.
Inicialmente, a projeção era que a ferrovia, no total, demandaria de R$ 9 bilhões a R$ 11 bilhões de investimento. Em um cálculo atualizado, a Rumo agora prevê de R$ 14 bilhões a R$ 15 bilhões destinados à obra.
“Efetivamente teve um detalhamento maior dos projetos de engenharia. Agora temos mais informação para amparar o capex [investimento em bens de capital]. O efeito do detalhamento é até maior do que o efeito unitário”, disse.
O executivo afirmou que a empresa ainda vê o projeto com retorno atrativo. A estimativa é de uma Taxa Interna de Retorno (desalavancada, em termos reais) entre 12% e 14% ao ano.
“Se em Campo Verde temos esse retorno e é o trecho com o maior custo estimado, à medida que o projeto sobe [em direção a Lucas do Rio Verde], a taxa de retorno incremental é maior nos próximos trechos”, disse.
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