Um grupo de trabalho formado por membros técnicos da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, da Infra SA e da ANTT vai discutir a possibilidade de aprimorar a modelagem econômico-financeira adotada nos contratos de renovação antecipada das concessões ferroviárias.
A ideia é analisar de forma mais aprofundada como foi definida a precificação de ativos das ferrovias e o consequente valor das outorgas estipulado nos contratos. A avaliação resultará num relatório, que incluirá eventuais problemas e/ou pontos de melhorias na modelagem. A primeira reunião do grupo vai acontecer nas próximas semanas, e o prazo para a apresentação do relatório será de 45 dias, prorrogáveis por mais 45. Representantes das concessionárias de carga e de associações ligadas ao setor ferroviário serão convidadas a participar das reuniões.
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“O objetivo do GT é aprimorar a qualidade do processo decisório no sentido de se construir critérios técnicos e padronizados aos processos de prorrogações antecipadas de concessões ferroviárias. Em última análise, o objetivo é garantir melhores condições para o setor com benefícios para a economia com um todo”, explica o secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro.
Ele diz que a decisão de montar o grupo de trabalho vai em linha com a mudança de direcionamento do novo governo em relação à política de teto de gestos. Na gestão anterior, quando o ambiente institucional estava direcionado a essa política, a preocupação com a receita pode ter ficado em segundo plano, de acordo com o secretário. “O teto de gastos comprometeu não só os investimentos ao contingenciar os recursos, mas também pode ter induzido os gestores a não se preocuparem com o valor da receita. Para o gestor, num ambiente de teto de gastos, a receita não é tão relevante sob o ponto de vista fiscal”, afirma.
O relatório do grupo de trabalho vai anteceder a definição das datas das audiências públicas da renovação antecipada do contrato da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), em discussão na ANTT. Até o momento, foram prorrogados os contratos de quatro ferrovias: Rumo Malha Paulista, Estrada de Ferro Vitória a Minas, Estrada de Ferro Carajás e MRS. Além da FCA, está qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) o estudo para a renovação do contrato da Rumo Malha Sul. “Importante dizer que o ministério preza pela segurança jurídica e que o objetivo do grupo de trabalho é pensar a metodologia para prorrogações, sempre com foco no interesse público”, ressalta Ribeiro.
O secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, será o entrevistado especial da próxima edição da Revista Ferroviária, em breve disponível em nossos canais de comunicação.
parabenizo a Revista Ferroviário pelo brilhantismo de suas matérias