Leonardo Ribeiro diz que foi treinado na carreira para fazer conta. Economista, provindo da área fiscal, atuou como analista legislativo no Senado Federal durante anos, quando se deparou com o projeto do senador José Serra que daria origem ao Marco Legal das Ferrovias, aprovado no fim de 2021. Foi o seu primeiro contato mais profundo com o universo ferroviário. Agora à frente da recém-criada secretaria Nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, tem a complexa missão de aumentar a participação da ferrovia na matriz brasileira.
Sobram desafios, mas faltam recursos nessa incumbência. O conhecimento sobre os meandros da área fiscal pode ser um ponto a favor na inserção de projetos ferroviários na modelagem de Parcerias Público-Privadas (PPP), com a qual o governo Lula pretende destravar obras pelo país. Esse caminho, no entanto, depende da aprovação de um novo arcabouço fiscal no Congresso e do estabelecimento de garantias públicas para projetos de concessão com o setor privado.
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Enquanto essa definição não vem, Ribeiro estuda as possibilidades. Estão na sua mesa a concessão do corredor Fico-Fiol, uma ligação ferroviária Sudeste-Nordeste, utilizando a malha hoje inoperante da Ferrovia Centro-Atlântica, entre Corinto (MG) e Salvador (BA), e a Ferrogrão. Nos estudos da Fico-Fiol, há indicação, segundo o secretário, de que a viabilidade da concessão existe, sem a necessidade de ser enquadrada no modelo PPP.
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