Valor Econômico – O governo catarinense quer viabilizar cinco projetos ferroviários para aliviar os gargalos logísticos do Estado. Se os planos forem concretizados, a malha ferroviária somará 852 quilômetros de trilhos à malha atual de 763 km. Dois projetos estão mais adiantados. Um trecho de 319 km planeja ligar a região de Chapecó a Correia Pinto, para interconexão com a rede da Rumo, que chega ao Porto de São Francisco do Sul . O outro, com 62 km, prevê ligar Araquari à cidade portuária de Navegantes. “Um acesso ferroviário seria importante para melhorar a mobilidade da região”, diz Osmari de Castilho Ribas, diretor superintendente do Portonave, em Navegantes, que recebe 3.000 caminhões por dia.
“Estamos engajando entidades empresariais do Estado e a sociedade civil no empenho de atrair investidores”, diz o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias do Estado, Beto Martins. O governo quer contratar em 2024 estudos de três outros trechos. Um, de 168 km, vai de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, a Tubarão, com conexão com a ferrovia Tereza Cristina, que liga a região de Criciúma ao porto de Imbituba. Outro prevê 88 km de trilhos para o contorno ferroviário de Joinville e a ligação ao terminal de contêineres de Itapoá, na Baía da Babitonga, onde fica o Porto de São Francisco do Sul.
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O maior projeto é para 221 km de trilhos entre Navegantes e Correia Pinto, que se somará aos 319 km previstos até Chapecó. “Vamos ter um corredor ferroviário direto entre o oeste catarinense e os portos de Navegantes e Itajaí”, diz Martins. Essa ligação leste-oeste, a chamada Ferrovia do Frango (devido à produção de aves em Chapecó), é um plano antigo. Outra conexão da Ferrovia do Frango seria com a ferrovia Litorânea, que nunca saiu do papel e que seria paralela à BR-101, conectando os portos de Santa Catarina. A ferrovia, porém, esbarrou em viabilidade econômica e questões legais por ter de cortar uma terra indígena na região de Palhoça.
Martins diz que o governo está empenhado nos novos projetos. “Temos cinco ótimos portos, que estão entre os melhores do país, mas estamos muito atrasados em acesso ferroviário a eles”, diz o secretário. “Superar esse gargalo é uma prioridade”.
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