Contumaz fornecedora do Metrô, Coesa tem falência decretada pela Justiça

Metrô CPTM – O Grupo Coesa teve a falência decretada pela Justiça de São Paulo nesta semana. Em decisão colegiada (de 2ª instância) em 27 de junho, os desembargadores Grava Brazil, Natan Zelinschi de Arruda e Ricardo Negrão concordaram com os argumentos das credoras Gerdau Aços Longos e da Gerdau Açominas, de que a Coesa foi criada apenas para assumir as dívidas do Grupo OAS, então em grave situação financeira.

A Gerdau entrou com um agravo de instrumento questionando a decisão que homologou o plano de recuperação da Coesa, um dos 15 processos desse tipo que foram abertos na Justiça por outros credores. Segundo elas, a manobra da OAS serviu apenas para obter uma segunda recuperação judicial sem que a primeira tivesse sido resolvida – o que tecnicamente se chama “moratória permanente”.

A separação do Grupo OAS em Grupo Metha e Grupo Coesa, portanto, foi apenas formal e serviu para fim desegregação do passivo, em prejuízo dos credores. O FIPZegama, que adquiriu o controle do Grupo Coesa e optou pela nova recuperação, foi criado na véspera da operação, por ex-diretores da OAS, o que faz concluir que tudo foi premeditado“, afirmou o relator do processo, desembargador Grava Brazil.

Por conta dos efeitos da operação Lava Jato a então gigante OAS viu suas atividades encolherem, com a perda de contratos e processos na Justiça pleiteando indenizações. A solução encontrada foi dividir a empresa, criando a partir dali as empresas KPE e Coesa enquanto a OAS mudou de nome, para Grupo Metha.

Contratos com o Metrô

Embora ainda caiba recurso na decisão, a situação da Coesa e suas afiliadas (Coesa Participações e Engenharia S.A, Coesa Engenharia LTDA, Coesa Logística e Comércio Exterior S.A) preocupa em relação aos contratos que possui junto ao Metrô de São Paulo.

O mais notório deles é o que previa os serviços de obras civis remanescentes da Linha 17-Ouro, compreendendo a conclusão de sete estações, pátio de manutenção e vias. A Coesa venceu o certame após uma disputa na Justiça em que alegava que a concorrente Constran não tinah condições de tocar o projeto.

No fim ela, apesar de recursos de outros grupos, acabou se mostrando sem fôlego financeiro desde o início dos trabalhos. Meses depois, a KPE entrou no contrato, dando origem ao Consórcio Monotrilho Ouro. As atividade ganharam algum ritmo, mas logo os canteiros ficaram esvaziados enquanto tarefas simples como instalar coberturas das estações teimavam em não ocorrer – este site alertou vários vezes sobre a estranha morosidade.

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu afastar o grupo, mas só efetivou a rescisão unilateral dias depois de assinar um novo contrato com um consórcio onde a Coesa é sócia e que envolve a construção da estação Ipiranga, da Linha 15-Prata. A companhia afirmou que a Coesa tem participação minoritária na sociedade, liderada pela Álya Construtora – ex-Queiroz Galvão.

As duas empresas também assumiram o Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), que construiu a maior parte da Linha 15 e que fornece os sistemas e trens ao Metrô. Originalmente estavam à frente do grupo as construtoras OAS e Queiróz Galvão e a fabricante Bombardier.

Com as mudanças societárias, o CEML é agora formado pela Coesa, Álya e Alstom, que adquiriu a fabricante canadense.

A Coesa também tentava levar outros contratos do Metrô como o de readequação viária da Avenida Ragueb Chohfi. Nessa licitação, ela e sua sócia Álya foram as únicas a apresentar proposta, considerada de preço acima do orçado pelo Metrô.

Fonte: https://www.metrocptm.com.br/contumaz-fornecedora-do-metro-coesa-tem-falencia-decretada-pela-justica/

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