Vale não vai vender a curto prazo outras fatias do negócio de metais básicos, diz presidente

Valor Econômico – Um dia depois de anunciar a venda de 13% do negócio de metais básicos para a Manara Minerals e a Engine No. 1 por US$ 3,4 bilhões, a Vale indicou nesta sexta-feira (28) que não haverá, a curto prazo, novas alienações de fatias acionárias da Vale Base Metals (VBM), empresa criada para gerir as atividades de cobre e níquel.

O presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, disse que empresa abriu mão de uma participação que considera “razoável”. Segundo ele, daqui a quatro anos, caso a VBM precise de um “absurdo de capital”, eventualmente poderá ser feita a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) em bolsa de valores. O local de um eventual futuro IPO não está definido.

“É um dia especial porque fechou transação que valida uma tese que existia. Isso é um pedaço do quebra-cabeça, não é o quebra-cabeça inteiro. Falamos várias vezes que faríamos a operação mesmo que não encontrasse um parceiro que visse mesma tese de valor e de investimento. Agora tem organização separada, uma equipe, um ‘board’, uma estrutura. O parceiro traz validação de valor, e uma governança mais robusta”, disse Bartolomeo em teleconferência com jornalistas.

“Achamos que o tamanho que abrimos mão do negócio é razoável. Parceria foi feita com sentido de ancoragem de valor e governança. Mas daqui a quatro anos, se precisar de absurdo de capital, faz o IPO. IPO tem desconto, então só pode fazer se está bem percebido, se estiver operando bem”, afirmou Bartolomeo.

O executivo disse ainda que a palavra-chave para a VBM é “execução”, com foco no fechamento dos “gaps” de operação e aceleração de crescimento: “A necessidade dessas commodities [metálicas] é gigantesca e a velocidade que estamos crescendo, para qualquer player, não é condizente com a necessidade”, acrescentou o presidente da Vale, para quem o IPO só “estará na mesa” quando houver performance adequada da companhia.

O vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Gustavo Pimenta, explicou que o montante de US$ 1 bilhão que entrará na VBM vai se somar ao caixa da companhia, que iniciará a operação sem dívidas. No segundo trimestre, a área de metais básicos da Vale gerou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 476 milhões, abaixo dos US$ 603 milhões de igual período do ano passado.

Pimenta disse que são esperados entre US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões em investimentos pela VBM em dez anos, sendo que, desse total, R$ 50 bilhões serão no Brasil. Ele cita projetos “relevantes” de cobre em Carajás e o objetivo de triplicar o tamanho das operações do metal. Pimenta citou ainda a expansão do projeto de cobre de Salobo, no Pará, com Salobo III, e ressaltou a possibilidade de desenvolver Salobo IV. Mencionou ainda projetos de níquel no Canadá e na Indonésia, país que conta também com um projeto de cobre, chamado de Hu’u. Hu´u, que encontra-se em fase de pré-viabilidade em andamento. “Temos projetos nos três países [Brasil, Canadá e Indonésia]”, disse Pimenta.

Segundo o vice-presidente executivo de finanças, caso seja necessário um novo aporte para crescimento da VBM, a companhia vai avaliar a melhor forma de financiamento: “Se precisar de aporte para crescer, vamos avaliar qual é a forma mais eficiente de financiar. São decisões que não precisamos tomar hoje”, disse.

Pimenta também detalhou que os US$ 2,4 bilhões que entrarão no caixa da Vale, relativos à operação de venda da fatia da VBM, ainda não tem destino definido. Segundo ele, a questão terá que ser discutida no conselho de administração da mineradora.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/07/28/vale-no-vai-vender-a-curto-prazo-outras-fatias-do-negcio-de-metais-bsicos-diz-presidente.ghtml

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