Foco nos trilhos

Relevante nas áreas de construção e manutenção de ferrovias, Grupo Engecom comemora 50 anos de atividades no Brasil

Sediado em Belo Horizonte (MG), o Grupo Engecom completou 50 anos renovando as expectativas na ferrovia brasileira. Foi com esse otimismo que a empresa atravessou cinco décadas e se tornou, nesse período, uma das empresas mais relevantes do setor no país. Especializada em infra e superestrutura ferroviária, a companhia é responsável atualmente pela manutenção de cerca de 4 mil km de linhas, somando os contratos que tem em carteira com as principais concessionárias brasileiras de carga e de passageiros. Entre seus principais clientes no segmento ferroviário destacam-se a Vale, VLI, MRS, Rumo, Trensurb, CBTU, Usiminas, Gerdau e Alcoa.

Mas a trajetória da empresa, curiosamente, não começou com foco na ferrovia. Fundada em 1972, pelo engenheiro civil Carlos Eduardo Tostes do Carmo, o grupo iniciou suas atividades com a construção de prédios residenciais em bairros nobres da capital mineira. Alguns anos depois, a Engecom trilhou seu caminho no setor ferroviário. Uma grande enchente na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, no final da década de 1970, foi o pontapé para a empresa fechar negócio com a então Vale do Rio Doce, para serviços de infra e superestrutura na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), afetada pelo temporal.

De lá para cá, o Grupo Engecom não parou mais de crescer em presença nas ferrovias, ramo que se tornou o carro-chefe de sua operação. “Atualmente, o setor ferroviário representa 60% do faturamento da empresa”, afirma Christiano Chaves do Carmo, diretor Administrativo Financeiro do Grupo Engecom. O estado de Minas continuou sendo o foco nos primeiros anos de atividades nos trilhos. A Engecom foi a primeira empreiteira a substituir dormentes de madeira por de aço na EFVM, em 1985, e também uma das pioneiras na execução de serviços de solda e troca de trilhos nessa mesma ferrovia, em 1996.

“Chegamos a trocar 45 mil dormentes de madeira por de aço, em três meses, em um projeto pioneiro da concessionária MRS, o que se configurou num recorde à época”, informa o diretor de Obras do Grupo Engecom, Carlos Eduardo Chaves do Carmo. Em seus 50 anos de atividade, a Engecom se mantém, permanentemente atualizada. “Cumprimos com fidelidade e rigor a nossa política do SGI – Sistema de Gestão Integrado, e também o nosso programa de Compliance, o que tem fortalecido a nossa governança e garantido a sustentabilidade do Grupo Engecom”, informa o diretor Christiano.

EMPRESA FAMILIAR

Com a privatização das ferrovias, no fim da década de 1990, a Engecom estruturou-se para aproveitar o boom de investimentos prometido pelas concessionárias. O momento coincidiu com a chegada de quatro filhos de Carlos Eduardo Tostes do Carmo à empresa. Três deles, hoje diretores de Obras do Grupo Engecom, seguiram os passos do pai na engenharia civil: Carlos Eduardo Chaves do Carmo, André Luiz Chaves do Carmo e Daniel Chaves do Carmo. Já Christiano formou-se em administração de empresas. O patriarca da família ainda tem uma filha, Antônia Mara Chaves do Carmo, que optou por seguir carreira no serviço público, e outro filho, o jornalista Carlos Tadeu Giffoni Mendes do Carmo, que reside em São Paulo.

“Com a minha chegada e a dos meus irmãos, a empresa passou a ser mais arrojada na busca de novos clientes. Ultrapassamos as fronteiras de Minas Gerais e fomos para outros estados. Atualmente, temos atividades em nove estados do Brasil e contamos com 1.700 colaboradores diretos. Na Estrada de Ferro Carajás, a Engecom cuida da manutenção mecanizada da via em toda a extensão da ferrovia. Há oito anos ininterruptos estamos realizando serviços na EFC”, explica André Luiz, diretor de Obras do Grupo Engecom.

“Na MRS estamos desde 2004, num contrato que teve início poucos anos depois da concessão da ferrovia. O trecho que recebe os nossos serviços de manutenção atravessa o estado de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro. Nossas equipes também estão presentes na VLI, desde a cidade mineira de Montes Claros passando por toda a malha ferroviária no estado da Bahia, num trecho em bitola métrica. Já no setor metroferroviário, a empresa tem contrato de serviços no metrô de Porto Alegre (Trensurb)”, informa o diretor de Obras do Grupo, Daniel Chaves do Carmo. “Recentemente, o Grupo concluiu contratos de manutenção de infra e superestrutura ferroviária para a concessionária Rumo, nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul”, diz Daniel.

FROTA PRÓPRIA

O Grupo Engecom conta com uma frota própria relevante de equipamentos de via, como socadora, reguladora de lastro, rodoferroviários específicos de substituição de dormentes, além de máquinas diversas para manutenção de superestrutura ferroviária. “A maioria dos serviços ferroviários que realizamos é feita com as nossas próprias máquinas e equipamentos”, comenta Daniel.

Fora da ferrovia, a empresa manteve seu know-how na construção de prédios. A cada três anos, com recursos próprios, a construtora desenvolve um projeto nessa área. A companhia administra ainda dois hotéis próprios: o My Place Savassi Hotel Boutique, em Belo Horizonte, e o Hotel Glória, em Caxambu, no Sul de Minas.

“Para os próximos anos, queremos aumentar nossa presença no setor ferroviário. Continuamos acreditando na ferrovia, mesmo com as dificuldades. Temos um corpo técnico muito capacitado para prosseguirmos oferecendo os melhores serviços para os nossos clientes”, ressalta Daniel.

Dedicação e ousadia

Nascido na cidade mineira de Manhuaçu, em 1937, o fundador e presidente do Grupo Engecom, Carlos Eduardo Tostes do Carmo, é conhecido não só pela sua dedicação ao negócio – aos 85 anos, não deixa de comparecer diariamente à sede da empresa – como também pela ousadia e visão empresarial.

No início de sua carreira como engenheiro civil, chegou a ocupar o cargo de diretor de Obras em empresas renomadas, como a Construtora Ourivio e a Construtora Tratex, empresas que estiveram à frente de obras nacionais importantes, como a construção de um trecho da rodovia Rio-Bahia (BR-116) e de linha férrea, como também duplicação de via na EFVM.

Foi com essa experiência que decidiu ingressar no setor ferroviário, quando as oportunidades surgiram para a Engecom na Vale do Rio Doce. A empreitada foi muito bem-sucedida, o que levou a empresa a avançar nos trilhos. Em 1997, inovou ao incorporar a hotelaria ao negócio. Hoje, a companhia administra dois hotéis próprios em Minas Gerais. “Meu pai é respeitado e admirado pelos seus clientes, colaboradores e concorrentes. Tê-lo como presidente do Grupo Engecom é motivo de orgulho e motivação para os sócios e familiares”, resume o diretor de Obras do Grupo, Carlos Eduardo Chaves do Carmo.

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