Valor Econômico – Os funcionários do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na capital de São Paulo, anunciaram uma greve que deve durar 24 horas, com início no dia 3 de outubro.
A decisão acerca da greve foi anunciada pelos sindicatos das categorias envolvidas após aprovação pelos trabalhadores em três assembleias. A greve, que está prevista para durar 24 horas, será contra o que os sindicatos chamam de “entrega das empresas à iniciativa privada”.
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Durante a paralisação, marcada para ocorrer no dia 3 de outubro, devem acontecer assembleias entre os trabalhadores envolvidos para que seja decidido sobre a continuidade ou não das ações.
Além dos trabalhadores do transporte paulista, funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) decidem nesta terça-feira (26) se aderem à greve unificada, por meio de assembleia a ser realizada pelo Sindicato dos Tabalhadores e Água, Esgoto e Meio Ambiente de SP, o Sintaema.
Quais linhas devem ser afetadas?
As linhas são representadas por diferentes sindicatos, que precisam aprovar em assembleias a participação na greve. Até o momento, as seguintes linhas aderiram à paralisação:
1-Azul (Sindicato dos Metroviários)
2-Verde (Sindicato dos Metroviários)
3-Vermelha (Sindicato dos Metroviários)
7-Rubi (Sindicato dos Ferroviários de São Paulo)
10-Turquesa (Sindicato dos Ferroviários de São Paulo)
11-Coral (Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil)
12-Safira (Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil)
13-Jade (Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil)
15-Prata (Sindicato dos Metroviários)
Porém, em algumas greves, especialmente no caso do Metrô, a Justiça já chegou a determinar um percentual mínimo de 70% da operação durante horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h).
Privatizações por Tarcísio
No início deste mês, Tarcísio confirmou que avalia conceder as linhas metroviárias à iniciativa privada até o fim do seu mandato, em 2025, ou firmar uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.
O governador afirmou que está analisando as opções para melhorar a situação financeira da estatal que opera as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do sistema metroviário. Segundo Tarcísio, a desestatização tem como objetivo “aumentar investimento, reduzir custos e melhorar a situação financeira”.
Duas delas já nasceram privatizadas — a 4-Amarela e a 5-Lilás. Estão sob concessão duas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, além de outras duas que ainda estão em fase de obras, a 6-Laranja e a 17-Ouro (monotrilho do aeroporto de Congonhas).
Paralelamente, a privatização da Sabesp é uma promessa de campanha de Tarcísio, que quer enviar em outubro o projeto de lei para a Assembleia Legislativa, autorizando a venda da companhia de saneamento paulista. O Sintaema, que representa a categoria, defende que que a entrega da empresa à iniciativa privada não viabiliza a redução das tarifas pagas pelos consumidores.
Procurada, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo informou que não irá se manifestar sobre a greve neste momento.
O Valor também entrou em contato com o Metrô, com a CPTM e com a Sabesp, mas não obteve qualquer retorno até a publicação desta matéria.
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