Wabtec traz ao Brasil o Shuttlewagon Railcar Movers, com eficiência energética e otimização operacional para movimentação de vagões
A investida da Wabtec em novas áreas de negócio tem se traduzido num portfólio mais amplo não só para as ferrovias, mas também para o parque industrial brasileiro. O exemplo mais recente é o Shuttlewagon Railcar Movers, que chegou ao Brasil no início desse ano, para operar no pátio ferroviário da fábrica da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), em Alumínio (SP). O equipamento, fabricado nos EUA, foi adquirido para substituir locomotivas de manobra utilizadas no descarregamento de bauxita. Trata-se de um veículo que originalmente faz parte do portfólio da Nordco, uma empresa norte-americana focada no mercado de equipamentos de via, e que foi adquirida pela Wabtec em 2020.
A decisão de trazer o Shuttlewagon ao Brasil ganhou ainda mais força após a fabricante de locomotivas adquirir a Super Metal, cujo negócio foi concluído em novembro do ano passado. A companhia, com sede em Governador Valadares (MG), tem 30 anos de atuação nos setores siderúrgico, industrial e ferroviário brasileiro, com foco justamente em máquinas de via e rebocadores.
A Super Metal complementou a expertise da Wabtec para que a chegada do Shuttlewagon ao país fosse acompanhada de suporte aos clientes, principalmente no pós-venda. Com uma estrutura robusta de mais de 18 mil metros quadrados na sede mineira, oficina móvel e help desk, a Super Metal pode garantir os processos de apoio e manutenção de uma futura frota de Shuttlewagon no Brasil.
“A expertise da Wabtec em locomotivas tem sido fundamental para a introdução do produto no mercado brasileiro”, garante Breno Almeida, diretor de Integração da Wabtec. Ele está à frente, juntamente com Bernardo Zeferino, diretor da Super Metal, desse projeto pioneiro no país.
Demanda potencial
Ao contrário dos EUA, onde os Railcar Movers dominam a cena nos pátios e ramais ferroviários, no Brasil são as locomotivas que fazem, predominantemente, essa movimentação de vagões. Geralmente, são máquinas antigas, que não operam mais em linha, e por isso são destinadas aos pátios, mantendo a sua funcionabilidade. A maior parte é da década de 1950 (ou até antes), o que leva a crer que em breve chegarão ao limite da vida útil. Como consequência da idade dessas locomotivas, a questão tecnológica e obsolescência são desafios críticos.
São máquinas que não só gastam mais combustível e emitem mais CO2, como também exigem mais gastos com manutenção. De acordo com dados da ANTT, há cerca de 260 locomotivas operando com manobra nos parques industriais brasileiros. A média de idade dessas máquinas é em torno de 50 anos. Segundo Almeida, de 2014 a 2021, os números são exatamente os mesmos. “É uma frota que não se renova”, pontua.
É daí que vem o potencial de demanda do Shuttlewagon, segundo o diretor, principalmente num cenário em que novas linhas curtas de ferrovia (shortlines) podem surgir, como prometem alguns projetos de autorização ferroviária. A Wabtec tem diversificado sua linha de produtos para se antecipar às necessidades do mercado, e o Shuttlewagon faz parte dessa estratégia.
Vantagens operacionais
O Shuttlewagon traz consigo inúmeras vantagens, explica Almeida. A começar pelo fato de que foi projetado especificamente para operações de manobra. “É um veículo mais leve e de menor potência, mas com uma grande capacidade de esforço trator, justamente o que é necessário esse tipo de operação. Sem contar que é de fácil manuseio, com comandos atualizados e digitais, proporcionando uma completa visualização através do design da cabine e pelo auxílio de câmeras de alta resolução”, acrescenta.
Essas facilidades permitem que o equipamento seja operado por técnicos e não apenas maquinistas. “Trouxemos para o Brasil um produto que polui menos, é mais eficiente e versátil por ser rodoferroviário, o que é visto como um diferencial”, afirma o diretor da Wabtec, complementando:
“Faltava uma solução inovadora no Brasil. A maioria dos equipamentos disponíveis no mercado não dispõe da mesma capacidade de esforço trator, além de possuírem aplicações limitadas. Então é um nicho que consideramos extremamente carente”.
Almeida explica que a tecnologia de tração, baseada no contato direto dos pneus sobre os trilhos, proporciona elevados níveis de aderência, sem dependência da transferência de peso dos vagões adjacentes. “Esta característica, junto ao sistema de controle e peso próprio (46 toneladas), permite ao equipamento entregar 27 mil kgf de esforço de tração, substituindo plenamente as locomotivas de manobra hoje utilizadas”.
Equipamento sustentável
O Shuttlewagon NVX8040 tem tração a diesel ou a bateria. Mesmo no modelo diesel-mecânico, a redução de emissão de gases impressiona quando comparada a uma frota antiga de locomotivas de manobra: mais de 50% de óxidos de hidrogênio (Nox) e mais de 80% de particulados.
Atualmente produzido nos EUA, o Shuttlewagon poderá ganhar uma linha de fabricação no Brasil, a depender da demanda nos próximos meses/anos. Segundo Bernardo Zeferino, da Super Metal, já está em estudo um projeto para trazer a produção deste equipamento para o Brasil.
Além dos setores industriais, de siderurgia e de carga ferroviária, está no radar o fornecimento para o segmento de passageiros. O Shuttlewagon pode ser operado nas oficinas de manutenção de carros e pátios de composição de trens. Nesses locais, afirma Zeferino, é raro haver locomotivas antigas fazendo manobras.
Em janeiro de 2024, deverão chegar mais dois equipamentos zero km ao país, destinados à locação. “Vamos abrir essa possibilidade de aluguel da máquina. Os clientes da área de siderurgia e industrial dependem desse tipo de equipamento, embora este não faça parte do core business da empresa. A locação pode ser uma boa estratégia para eles”, aponta Zeferino.
Shuttlewagon Railcar Movers
» Projetado para manobra
» Tração a diesel e a bateria
» Redução de emissões de gases
» 27 mil kgf de esforço de tração
» 46 toneladas de peso próprio
» Fácil operação
» Cabine moderna e climatizada
» Câmeras de alta resolução
» Comandos digitais
» Isolamento acústico
* Informe publicitário
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