Valor Econômico – Companhias de setores que são grandes emissores de gases de efeito estufa buscam soluções para mitigar o problema. A Vibra, antiga BR Distribuidora, teve nos derivados de petróleo 95% da receita bruta de R$ 213,3 bilhões em 2022. “O mundo e o Brasil ainda vão depender do combustível fóssil e, aos poucos, vão migrar para os novos produtos”, diz o presidente, Ernesto Pousada. De 2021 a 2022, a empresa investiu cerca de R$ 4 bilhões em transição energética. Assumiu o controle conjunto de uma comercializadora de energia elétrica, assinou contrato para compra com exclusividade da produção de uma biorrefinaria e vai produzir a partir de 2025 o primeiro combustível renovável de aviação no Brasil e diesel verde. Tem parcerias com uma startup com potencial para produzir 3 milhões de m3 de gás retirados de aterros sanitários e de vinhaça e com um empresa para distribuição de etanol. E quer, até 2030, colocar pontos de recarga de veículos elétricos em 25% de sua rede de postos de combustível.
A Coopercarga lançou uma plataforma para otimizar a gestão de fluxos logísticos, itinerários e frotas cuja automação e centralização de dados foram importantes para o controle da emissão de poluentes. A empresa investiu cerca de R$ 80 milhões principalmente em veículos como elétricos e GNV – a empresa tem cerca de 2 mil caminhões. “Atingimos nossa meta de dobrar o percentual de neutralização e redução de CO2, que era de 2% em 2021, para 5% em 2022”, diz o presidente, Osni Roman.
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A Greenbrier Maxion, líder em operações ferroviárias na América do Sul, também destaca-se em compromissos socioambientais. “Já projetamos nossos produtos com o melhor do que existe no mundo para as ferrovias no Brasil, além de desenvolvermos soluções nacionais robustas e competitivas”, afirma o presidente, Eduardo Scolari. O resultado foi a redução de consumo de combustível e consequente diminuição de emissões.
Já a Gerdau se uniu ao grupo Vamos – de locação e venda de caminhões e máquinas – e à Volkswagen Caminhões numa proposta de renovação da frota brasileira. O Vamos comprou 140 veículos da VW Caminhões (com incentivo do governo) e enviou os antigos à Gerdau para serem transformados em sucata, maior fonte da siderúrgica na produção de aço 100% reciclável. Em 2022, a empresa alcançou a maior receita da sua história de 122 anos (R$ 82,4 bilhões). “Vivemos a melhor fase da companhia dos últimos dez anos”, diz o presidente, Gustavo Werneck.
A Gerdau emite carbono equivalente a menos da metade da média do setor no mundo. Uma nova plataforma de mineração sustentável em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto (MG), tem processo de enriquecimento para elevar o teor de ferro de 62% para 65%. O resultado, além da melhora do produto, será a redução das emissões em 200 mil toneladas por ano.
A Rhodia, que já produz itens sustentáveis como um fio de poliamida 100% biodegradável em ambiente marinho e outro com aditivos que aceleram a decomposição, lança neste ano produtos 100% neutros em carbono. A eliminação de geradores de poluentes orienta o portfólio de solventes com base em etanol. A sustentabilidade é prioridade para Daniela Manique, presidente da empresa. A Rhodia também recupera a Mata Atlântica no entorno do complexo de Paulínia (SP). “ESG agora é moda, mas o programa Solvay One Planet já existe desde 2008”, diz Manique.
A WEG mira a autossuficiência energética e tem contratos de R$ 1,4 bilhão para compra de energia eólica. Ao fim de 2024, 90% do consumo será de fontes certificadas. A meta é reduzir emissões em 52% até 2030 e zerá-las até 2050. “Os esforços são para o desenvolvimento de soluções para um mundo mais eficiente e sustentável”, diz o presidente, Harry Schmelzer Junior.
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