Valor Econômico – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou o indicativo de greve de servidores estaduais, o que inclui o sistema de transporte público sobre trilhos, prevista para a próxima terça-feira (28) como um “deboche contra a sociedade, uma piada, um desrespeito”.
“A gente não pode ser escravizado por meia dúzia de pessoas de um sindicato que tem uma pauta própria, que está olhando para o próprio umbigo. Nós não vamos tolerar esse tipo de coisa”, disse o governador, que prometeu “elevar o tom” contra a os organizadores da paralisação.
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A greve deverá contar com trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), de professores da rede pública e de servidores da Fundação Casa. Em razão do movimento, o governo decidiu adiar as provas do Provão Paulista, vestibular seriado estadual, que começariam na terça.
Os trabalhadores protestam contra os planos de privatização do governador, que inclui a Sabesp e o metrô. “As privatizações foram discutidas nas eleições, não aceitar isso é não aceitar o resultado das urnas. Tinham outros candidatos que não queriam privatizações, eu disse ‘vou estudar, acho que esse é o caminho para um estado mais eficiente’. A minha linha é essa. Jogamos isso com toda honestidade durante a campanha”, disse o governador na tarde desta sexta-feira (24), no Palácio dos Bandeirantes, após evento que reuniu representantes do agronegócio paulista.
“Não vamos esmorecer. Se não querem a privatização, sinto muito, nós vamos continuar estudando, não é esse o tipo de conduta que irá nos fazer retroceder nesse debate”, continuou. O governador anunciou ponto facultativo na próxima terça em caso de greve.
Tarcísio vai ao Judiciário
Além disso, Tarcísio afirmou que irá recorrer ao Judiciário para determinar os termos de manutenção dos serviços públicos durante a paralisação.
O governador descartou a possibilidade de liberar as catracas das estações, como pede o sindicato dos metroviários, e classificou a iniciativa como “irresponsável”. “Nós não vamos ser irresponsáveis, os irresponsáveis são eles que estão brincando com a população de São Paulo”, disse Tarcísio.
No último dia 3 de outubro, funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp fizeram greve contra os planos de privatização de Tarcísio. A greve durou 24 horas e foi classificada pelo governo como ilegal – a Justiça tinha determinado que 80% do efetivo trabalhasse, com 100% durante os horários de pico. O governador também acusou os sindicatos de agirem com “clara motivação política”.
Outras pautas relacionadas à decisões da gestão Tarcísio também compõem os argumentos utilizados pelos trabalhadores para justificar a greve unificada, tais como um corte de 5% no orçamento da educação, o leilão da linha 7-Rubi da CPTM, marcado para 29 de fevereiro de 2024, segundo comunicado do Sindicato dos Metroviários e terceirizações.
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