O Globo – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou ser “totalmente contra” a instituição da isenção de tarifa no transporte público.
A declaração foi dada ontem durante entrevista coletiva na qual criticou também a proposta de abrir as catracas dos ônibus durante greve prevista para terça no Metrô e nos trens da CPTM.
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Perguntas sobre a paralisação suscitaram uma discussão sobre subsídios ao transporte público durante conversa com jornalistas.
— Não consigo ver viabilidade em você colocar um sistema que tem 8,3 milhões de passageiros com tarifa zero — disse, usando como principal argumento o do custo da medida.
— Alguém já apresentou de fato a conta de quanto vai ser o subsídio? Se hoje é este valor, com a catraca livre vai ser mais — disse. — Quanto você vai subtrair de outras políticas públicas para vir com a tarifa zero? Para mim isso é algo que não se sustenta, não faz sentido, e nós não vamos embarcar.
A declaração de Tarcísio foi dada em um ano em que a tarifa zero, uma pauta tradicional da esquerda urbana no Brasil, começou a ser encampada também pela direita.
Na quinta-feira, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou a intenção de implementar a tarifa zero nos ônibus da capital paulista aos domingos ou à noite.
Propostas semelhantes já são debatidas em cidades como Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
Apesar de ter argumentado com a questão das finanças para criticar a tarifa zero, Tarcísio não detalhou os motivos para impedir a liberação das catracas na greve que está programada para terça.
Segundo o governador de São Paulo, a decisão de não liberar as catracas dos ônibus durante greves tem a ver com “segurança”.
— Algum governador topou catraca livre na história? Não, porque tem uma razão de segurança para isso — continuou. — Liberar a catraca livre é uma irresponsabilidade, e não vamos ser irresponsáveis.
Tarcísio criticou também a motivação para a greve.
— Há uma greve contra as privatizações. Gente, isso foi discutido na eleição. Não aceitar isso é não aceitar o resultado das urnas — afirmou.
Para lidar com a situação, o governo decretou ponto facultativo e diz que vai recorrer à Justiça.
— Vamos buscar a tutela do judiciário mais uma vez e ver o que o judiciário vai determinar em termos de manutenção do serviço — completou.
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