Previsto para o próximo dia 29 de fevereiro, o leilão do TIC não deverá ser concorrido. Essa é a percepção de fontes do setor, que especulam sobre as empresas concorrentes. Alguns acreditam ainda na possibilidade de não haver participantes. Até o momento, apenas CCR e Grupo Comporte estão, de fato, envolvidas em estudos para entrarem na disputa.
Pouco antes da republicação do edital do projeto pelo governo de SP, no último dia 29 de setembro, os irmãos Constantino, donos do Grupo Comporte, juntamente com chineses da CRRC se reuniram com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para falarem sobre o TIC. O Grupo Comporte tem mostrado apetite no setor metroferroviário: participou do leilão das linhas 8 e 9 dos trens metropolitanos de São Paulo (no qual a CCR saiu vencedora) e acabou arrematando outro projeto, a concessão do Metrô BH.
A Alstom é outra empresa que tem estudado o TIC e deverá montar consórcio com operador. Há conversas da fabricante com a CCR.
Projeto complexo
Com cifras bilionárias, o projeto do TIC não é para amadores. O governo de São Paulo assinou com o BNDES financiamento de R$ 10 bilhões, do qual R$ 6,4 bilhões serão destinados ao Trem Intercidades. Isso foi bem visto pelo mercado, claro, mas não torna o projeto menos complexo. O concessionário que participar do certame deverá ter em caixa garantia de R$ 130 milhões, exigida para o caso de a empresa vencer e desistir do negócio. No ato da assinatura do contrato, esse valor de garantia pula para quase R$ 700 milhões.
O vencedor do certame será o que apresentar o maior desconto em cima da contraprestação que o governo deverá pagar ao concessionário (estimada em R$ 300 milhões/ano). A percepção do mercado é que o cenário macroeconômico também não ajuda, com juros altos para projetos estruturantes como o TIC. Pelo edital, o concessionário deverá assinar o financiamento de cerca de R$ 5 bilhões um ano após a assinatura do contrato, para dar início às obras do projeto.
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