Valor Econômico – Os investimentos em infraestrutura deverão ter um aumento de 11% neste ano, subindo de R$ 194,45 bilhões em 2023 para R$ 215,83 bilhões em 2024, segundo projeções da consultoria Inter.B. O crescimento deverá acontecer tanto nos aportes públicos, que devem subir 14,47%, para R$ 74 bilhões, quanto nos privados, que devem chegar a R$ 141,8 bilhões, alta anual de 9,26%.
A participação desses investimentos no PIB nominal deverá ficar em torno de 1,87% em 2024, um leve avanço em relação ao indicador de 1,79% projetado para 2023. Os dados contemplam os setores de transporte, saneamento básico, energia elétrica e telecomunicações.
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“É positiva a ampliação dos investimentos, tanto em termos nominais quanto em termos reais. Deve haver um aumento do lado público e do privado. Esse é o lado do copo meio cheio. O lado do copo meio vazio é que o volume ainda segue muito distante do que é necessário para modernizar a infraestrutura do país. Não é um ritmo de investimento suficiente para, em cinco, dez anos, termos uma infraestrutura significativamente melhor”, afirma Cláudio Frischtak, sócio da Inter.B.
Para ele, outro problema adicional é a governança do investimento público — um desafio para garantir que os efeitos desejados pelos investimentos sejam atingidos.
“A qualidade de governança do investimento público tem se deteriorado. Há um salto nas emendas parlamentares, que, na média, têm qualidade ruim. São recursos que ficam descolados do processo de planejamento do governo, com execução muito falha, fora outros problemas”, diz ele. “Se a governança dos investimentos é frágil e nada indica que vai melhorar, a alternativa é incentivar o setor privado, criar ambiente para atrair investidores, com segurança jurídica”, complementa. No levantamento, os investimentos públicos incluem aportes dos governos federal, estaduais e municipais.
Em uma análise setorial, a previsão é que os maiores saltos de investimentos em 2024 venham dos setores de transportes — o que inclui rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, aeroportos e mobilidade urbana — e de saneamento. A consultoria projeta que R$ 75,34 bilhões sejam investidos em transporte no total, com destaque para o segmento rodoviário (R$ 47,05 bilhões previstos), com alta anual de 12,10%. Em saneamento básico (apenas nos segmentos de abastecimento de água e esgotamento sanitário), a previsão é de R$ 30,47 bilhões, um aumento de 24,16% em comparação com 2023.
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