Gazeta de Rio Preto (SP) – A concessionária Rumo Malha Paulista SA apresentou, nesta quarta-feira (7), na Prefeitura de Rio Preto, o novo projeto para o aproveitamento da atual linha férrea que corta as cidades de Cedral, Rio Preto e Mirassol. A proposta ainda aguarda autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), porém, o contorno ferroviário já foi descartado.
Segundo a empresa, a obra se tornou inviável por diversos motivos. Entre eles, as contestações pelas desapropriações de terras, que seriam realizadas nas cidades por onde a ferrovia deveria passar.
“Entendemos que não vai adiantar mudar o contorno da ferrovia, uma vez que as cidades vão chegar naqueles espaços e o transtorno irá continuar. A construção do contorno ferroviário iria se estender por anos e é melhor ter uma ferrovia que meio contorno. Não podemos parar o desenvolvimento do país por anos, esperando uma obra ficar pronta por causa de uma desapropriação de terra”, disse Guilherme Penin, Diretor de Regulatório da empresa Rumo.
A empresa já tem o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) e agora aguarda a fase de validação técnica da ANTT. “Vamos analisar o processo todo com calma e reanalisar a contrapartida do contrato de concessão. Nós adiantamos a concessão da linha férrea e a empresa tinha como obrigação a construção do contorno”, afirmou o diretor geral, Rafael Vitale.
Serão construídas 30 obras em Rio Preto, Cedral e Mirassol que fazem parte da chamada “solução integrada”. Estão previstas a construção de viadutos, passarelas e obras de segurança para acabar com todos os pontos de encontro entre os transportes rodoviárias e ferroviários.
No cronograma apresentado, as obras serão executadas até 2028 e deverão custar cerca de R$ 500 milhões. Os trabalhos devem começar próximo à Favela Marte, com a construção de um viaduto rodoviário e passarela para pedestres no Jardim Conceição.
Deverão ser construídos passarelas e viadutos em Cedral, Mirassol e Rio Preto, além da instalação de cercas e muros de vedação, totalizando 40 intervenções ao longo da linha férrea. “São duas soluções para o cruzamento em desnível de veículos e pedestres em Cedral e outras quatro em Mirassol, além da construção de sete passarelas para pedestres. Já em Rio Preto, que inclui também o distrito de Engenheiro Schmitt, serão mais dez soluções para os cruzamentos em desnível e mais seis passarelas. Todo o cronograma será desenvolvido conforme os trabalhos forem avançando”, esclareceu Penin.
Trem Caipira e VLT
Segundo o prefeito Edinho Araújo (MDB), a mudança na proposta não inviabiliza a continuação das viagens do Trem Caipira. No entanto, a proposta de implantação de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) se torna inviável com o cancelamento do contorno ferroviário.
“A Secretaria de Desenvolvimento Econômico já está conversando com a Rumo para manter o Trem Caipira. Temos interesse em continuar e vamos continuar com as viagens. Já o VLT não deverá ser implementado. Estamos em tratativas com os municípios vizinhos e fazendo construções para aumentar a mobilidade urbana. Por enquanto, esta é a melhor solução para a região”, disse o prefeito.
Certíssima a Rumo! A ferrovia chegou primeiro. Só no Brasil existe essa cultura arcaica de prefeitos que querem a ferrovia fora da cidade para construir ruas, avenidas e ter a plaquinha de inauguração colocada em algum lugar e assim “perpetuar” seu nome na história. Já chega o estrago feito por JK na década de 50 com a criação da RFFSA e ter priorizado o carro em detrimento do trem. Ou o Brasil acorda de vez para a ferrovia ou vai pro caos. Volta Bolsonaro e Tarcísio.