Metrô CPTM – A PPP do Trem Intercidades entre São Paulo e Campinas sofreu reajuste no valor dos aportes e contraprestações. Além destes ajustes, devemos considerar também que o projeto, de forma geral, ficou mais caro.
A regra de reajuste prevista no contrato visa realizar o equilíbrio de custos baseados na inflação no período entre a “Data Base” e o período anterior à realização do leilão.
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Considerando a “Data Base” estabelecida no contrato como Dezembro/2022, o reajuste do índice IPCA, que é a inflação oficial do Brasil, foi de 5,71%.
Com base nestes indicadores é possível calcular o valor atual do projeto do TIC. Em dezembro de 2022 o Trem Intercidades estava orçado em R$ 13.480.954.921,00. Se considerarmos a inflação do período, o custo total do projeto passa a ser de R$ 14.250.983.914,90.
O valor de R$ 14,2 bilhões é diluído em diversos investimentos que irão modernizar a infraestrutura da Linha 7-Rubi e possibilitar a operação do Trem Intercidades e do Trem Intermetropolitano. Observe os principais:
Material Rodante
Estão previstos a aquisição de 7 novos trens de oito carros para a operação no TIM (Jundiaí-Campinas) e 15 novos trens para o TIC (São Paulo Campinas). A compra de trens do TIC pode ser feita com trens tipo Push-Pull (Locomotiva + Vagões sem tração) com oferta de 12.900 lugares.
O investimento em material rodante passou de R$ 2,535 bilhões para R$ 2,679 bilhões.
Via Permanente
No que se refere ao novo conjunto de vias operacionais, deverão ser implantadas ou modernizadas aproximadamente 430 quilômetros de trilhos. Novos AMVs deverão ser implantados no trecho, incluindo equipamentos com jacaré móvel.
O investimento em via permanente passou de R$ 2,940 bilhões para R$ 3,107 bilhões.
Acesso e segurança
Ações serão realizadas para permitir a acessibilidade dos passageiros nas estações, bem como a passagem segura dos cidadãos entre as margens da via férrea, através da implantação de 24 passarelas. Novos muros e gradis deverão ser implantados ao longo do trecho.
O investimento para acesso e segurança passou de R$ 257 milhões para R$ 271 milhões.
Obras de Arte Especiais
As obras de arte são um conjunto de construções especiais que permitirão a passagem dos trens por diversos obstáculos. Elas incluem pontes, viadutos e melhorias no sistema de drenagem. O novo túnel de Botujuru também está incluso.
O investimento para as obras de arte especiais passaram de R$ 776 milhões para R$ 820 milhões.
Sistemas
O maior investimento da PPP do TIC Eixo Norte são os sistemas. A promessa é de implantar um sistema de sinalização inédito no Brasil, o ETCS Nível 2, e Rádio TETRA que permitirá uma melhoria substancial da comunicação.
Em termos de energia serão realizadas implantação de nova Rede Aérea e adequação de oito subestações elétricas.
O investimento para sistemas passaram de R$ 3,683 bilhões para R$ 3,893 bilhões.
Instalações Operacionais
Dentro deste quesito estão enquadrados as novas estações para o TIM e para o TIC. As infraestruturas de diversas estações deverão ser reformuladas, incluindo novas paradas em Lapa e Água Branca, unificadas e integradas com a Linha 8-Diamante.
Cinco novos pátios deverão ser construídos para possibilitar a manutenção dos trens. Equipamentos especiais também deverão ser adquiridos. O CCO deverá ser transferido do Brás para Jundiaí.
O custo das obras de instalações operacionais era orçado em R$ 2,597 bilhões e agora passa a ser de R$ 2,745 bilhões.
Conclusão
O aumento do custo do TIC era algo previsível levando em consideração a inflação do Brasil. Com o cenário de pós-pandemia se afastando, a cadeia de fornecimento de componentes vai se normalizando. A queda da taxa SELIC poderá criar um panorama mais favorável para a execução do financiamento privado das obras. O valor do dólar é uma incerteza e poderá pesar no custo das obras.
Estes fatores, aliados às estratégias empresariais de cada consórcio, deverão definir os valores aportados para a execução do TIC.
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