Valor Econômico – O futuro presidente da Suzano, João Alberto Abreu (ex-Rumo), tem as competências corretas para assumir a posição e dar sequência ao plano estratégico da maior produtora de celulose de mercado do mundo, na avaliação do executivo Walter Schalka, que deixará o comando da companhia no fim de junho.
A Suzano informou no início da noite desta quarta-feira (28) que Schalka será sucedido por Beto Abreu e indicado para o conselho de administração. Juntos, darão início ao processo de transição em 2 de abril.
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“Reconheço que ele tem as competências adequadas para continuar a transformação da Suzano”, disse Schalka, em teleconferência com analistas para comentar os resultados do quarto trimestre.
Na avaliação do executivo, a companhia tem trabalhado para maximizar o retorno aos acionistas, o que deve seguir no radar da nova gestão. Sobre crescimento futuro, e em que direção o próximo CEO deve caminhar, Schalka disse a Suzano é “agnóstica” em relação a geografias e poderia olhar oportunidades no Brasil ou em outras regiões, desde que sejam alternativas diferenciadas em termos de custo e escaláveis.
“A companhia vai gerar mais caixa depois do Projeto Cerrado e vamos olhar para alternativas de criação de valor [aos acionistas], que poderia ser retorno em caixa se não houver bons projetos”, comentou.
Além do volume adicional de Cerrado, que entra em operação até o fim de junho, a Suzano se beneficiará de nova demanda por fibra curta, gerada pela substituição da fibra longa e de materiais de origem fóssil. “O mercado de fibra longa não é muito competitivo e vamos ver mais fechamentos. Isso trará mais volume para a fibra curta”, disse.
A companhia também está explorando oportunidades de negócio em outras verticais, como o mercado têxtil, de embalagens e papéis de higiene.
Em relação ao desempenho da companhia no ano passado, Schalka lembrou que a Suzano ampliou presença em mercados mais novos, como o de celulose fluff (usada em fraldas e absorventes descartáveis) e de papéis de higiene, elevou produtividade e eficiência com modernizações em Aracruz (ES) e Jacareí (SP) e ampliou em 300 mil hectares sua base florestal, o maior movimento da história nesse sentido.
Para 2024, indicou o executivo, o plano é repetir essa expansão de base florestal, adicionando outros 300 mil hectares.
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