Folha de S. Paulo – O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou nesta quarta-feira (13) o projeto do novo Fundo Clima, que terá até R$ 10,4 bilhões para financiar medidas de combate às mudanças climáticas.
Os projetos financiados devem fazer parte de seis áreas prioritárias, anunciou o órgão: desenvolvimento urbano resiliente e sustentável; indústria verde; logística, transporte coletivo e mobilidade verde; transição energética; florestas nativas e recursos hídricos; e serviços e inovação verdes.
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As taxas para o financiamento vão de 1% ao ano, no caso de florestas nativas e recursos hídricos, a 8% ao ano para projetos de transição energética, além do spread do projeto, ou seja, a remuneração do BNDES.
Parte dos recursos, diz o BNDES, vem da captação de US$ 2 bilhões no exterior com títulos soberanos sustentáveis lançados pelo Ministério da Fazenda. Os títulos tinham como objetivo ajudar a financiar ações de preservação ambiental, mitigação de mudanças climáticas e conservação.
“O novo Fundo Clima é um exemplo da confluência das três grandes iniciativas do governo. Tem mobilidade urbana, que está no Novo PAC; tem a indústria mais verde, que está no Nova Indústria Brasil; e tem a recuperação de florestas e o investimento em energias renováveis, que estão no Plano Transição Ecológica”, disse o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa, em nota à imprensa.
Reportagem da Folha de agosto do ano passado, porém, mostrou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demorou a mexer no fundo e, no semestre inaugural do seu governo, não gastou nada do recurso que tinha disponível para mitigar a crise climática.
Seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), também não havia gastado um centavo do recurso no começo de sua gestão.
O valor aprovado de R$ 10 bi é muito superior ao que já tinha sido aportado pelo banco até aqui. Em 2023, por exemplo, o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, como o recurso é chamado, contratou R$ 733,2 milhões em operações, segundo o banco.
Foram, no ano passado, 27 operações contratadas, que tiveram mais R$ 1 bilhão de outras fontes do BNDES.
Desse total, a maior parte envolvia energias renováveis (13) e equipamentos eficientes (10). Além disso, o banco financiou um projeto de mobilidade urbana, um de carvão vegetal e outro na categoria cidades sustentáveis e mudança do clima.
Ao todo, essas operações financiadas no ano passado podem evitar a emissão de 4,3 milhões de toneladas de gás carbônico, diz o BNDES, o equivalente às emissões de poluentes de carros na região metropolitana de São Paulo em dez meses.
O Fundo Clima, criado em 2009, é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e administrado pelo BNDES.
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