O Povo (CE) – A utilização do VLT de Fortaleza — Parangaba-Mucuripe cresceu 41% nos últimos três anos. Foram 1,6 milhão de embarques a mais ao longo do ano passado em comparação ao fluxo de 2022 e 2021. De janeiro a dezembro de 2023, foram 3,7 milhões de embarques, a maior alta de viagens no período de sete anos.
Na Capital, a linha possui 11 estações que interligam mais de dez bairros. O serviço funciona de segunda a sábado, das 5h30min às 23 horas. Tudo de forma gratuita.
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Em 2022, o transporte de passageiros sobre trilhos teve 3,2 milhões de viagens e, em 2021, o equipamento fechou o ano com 2,6 milhões de embarques na Capital. De acordo com a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), a média diária de embarques no VLT é de 14,3 mil, sendo realizadas 58 viagens diariamente, com 29 em cada um dos sentidos, entre os bairros Parangaba e Mucuripe.
O crescimento do fluxo de usuários do transporte sobre trilhos é observado pelo consultor de vendas Marcos Bezerra, 41, que utiliza o VLT desde 2019. Em cinco anos de uso, o profissional conta que agora existe uma demanda maior do que antes.
“Eu pego para ir ao trabalho todos os dias. Não é no horário de pico, mas, a gente percebe que sempre tem gente. É mais rápido e acho que por isso as pessoas começaram a pegar”, acredita.
Para o estudante de Mecatrônica Yuri Figueiredo, 24, a decisão de começar a utilizar o VLT foi devido ao menor tempo para chegar ao estágio, no bairro Mucuripe. O estudante embarca na estação Parangaba e afirma que em 40 minutos consegue chegar ao destino final.
“Se eu fosse de ônibus, seria mais ou menos 1 hora e meia de percurso. Aqui é exatamente o trajeto que eu preciso fazer, só que de forma mais rápida”, afirma.
Para o doutor em Engenharia de Transportes e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Mário Angelo Nunes, o VLT possibilita o acesso a áreas de grande empregabilidade, como o bairro Aldeota. Segundo ele, isso reflete na possível alta de movimentação de usuários.
O especialista ressalta ainda como as diferentes formas de acesso à Cidade impactam na redução das desigualdades sociais e possibilita, dar mais equidade ao acesso à região.
Apesar do uso atrair, majoritariamente, o público para ida ao trabalho, o equipamento também é meio de locomoção para demais atividades entre os usuários. A dona de casa Lidiane Costa, 28, moradora do bairro Itaperi, diz que utiliza o VLT há cerca de um ano para ir às consultas médicas e que já chegou a buscar o meio para chegar à praia do Mucuripe para lazer. “Ele cruza locais onde eu costumo ir, então, para mim, que moro próximo a estação, fica mais fácil pegar ele”, pontua.
A Linha Parangaba-Mucuripe foi implementada em julho de 2017. Na época, foram inauguradas as estações Parangaba, Montese, Vila União e Borges de Melo. Atualmente, a linha percorre cerca de 13,2 km, passando por 11 estações: Parangaba, Montese, Expedicionários, Vila União, Borges de Melo, São João do Tauape, Pontes Vieira, Antônio Sales, Papicu, Mucuripe e Iate.
Conforme a Metrofor, o VLT ainda se integra fisicamente ao sistema de ônibus da Prefeitura, com estações ao lado dos terminais de ônibus da Parangaba e do Papicu.
Inauguração da Estação Aeroporto é adiada para dezembro
A ampliação do sistema está em andamento com a construção do VLT Aeroporto, no bairro Serrinha. A previsão é que a estação seja entregue em dezembro deste ano após novo adiamento. A inauração era prevista para dezembro passado.
A estação irá integrar ao VLT Parangaba-Mucuripe funcionando como uma extensão do equipamento, criando um trajeto até o Aeroporto de Fortaleza. A Metrofor informou que o VLT Aeroporto terá 2,4 quilômetros de extensão, sendo 0,9km em elevado, com duas estações de embarque e desembarque.
Usuários reclamam de atraso da linha após mudança de horários
A linha Parangaba-Mucuripe passou por mudança de horários no último dia 29 de janeiro. Com o novo funcionamento, a quantidade de viagens aumentou de 54 para 58 por dia, e o intervalo de tempo entre as partidas caiu de 40 para 37 minutos. No entanto, devido às alterações, os usuários passaram a reclamar do atraso da linha nas últimas semanas.
Segundo a atendente de telemarketing Isabele Farias, 21, foi observado atraso da linha em duas semanas. “A gente acompanha o horário pelo cronograma da Metrofor, no site. Eu chego 15 minutos antes do horário e acabo esperando mais 20 minutos por conta do atraso”, revela.
A atendente ainda pontua que a espera entre um trem e outro é muito longa, cerca de 37 minutos, e que a implantação de mais linhas pode resolver esse cenário.
Para o estagiário de Direito Wesley de Sousa, 22, quando um VLT atrasa acaba comprometendo a chegada ao trabalho. “Se atrasar, o outro demora demais para chegar e a gente acaba tendo que pegar um Uber para chegar no horário”, afirma.
A Metrofor informou que “os trens são sujeitos a pequenas intercorrências que podem ocasionar atrasos nas viagens”. Entre os motivos, a Companhia cita que “pequenas falhas mecânicas que são prontamente corrigidas, assim como a ocorrência de chuvas — que implicam na redução da velocidade em alguns trechos, estão entre os motivos dos recentes atrasos”.
Em relação à mudança dos novos horários, a Pasta explicou que ocorreram após a liberação de um dos lados da via férrea entre as estações Montese e Vila União, no dia 23 de janeiro. O trecho estava interditado em decorrência das obras da estação Expedicionários, que integra o Ramal Aeroporto.
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