Valor Econômico – A Brookfield concluiu a aquisição de 10% das ações da operadora ferroviária VLI e se tornou oficialmente a maior sócia da empresa, segundo comunicado da companhia. A operação foi antecipada pelo Valor no início de fevereiro.
Após a transação, a gestora canadense passou a deter 36,5% de participação no negócio. Em seguida, vem a Vale (com 29,6%), o FI-FGTS (15,9%), a Mitsui (que permanece com 10% das ações) e o BNDESPar (8%).
À época em que a operação foi fechada, o Valor apurou que o preço de venda da fatia ficou entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões. Em 2023, a Brookfield chegou a iniciar um processo de venda de sua participação. Porém, segundo fontes de mercado, a canadense teria feito a leitura de que o preço de venda proposto pela Mitsui seria atrativo, visto que na sua visão o ativo total tem um valor de R$ 30 bilhões — contra os R$ 18 bilhões que estão marcados nos livros do FI-FGTS.
A conclusão da operação se dá em meio às discussões em torno da renovação antecipada da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), principal contrato da VLI. Fontes dizem que o movimento da Brookfield de ampliar sua participação no negócio se deu diante de uma perspectiva de acordo com o governo em torno da prorrogação da concessão. Porém, até o momento não houve uma formalização da renovação antecipada, que desde o governo passado é alvo de uma série de disputas pelos investimentos previstos no aditivo.
Na quinta-feira (2), o Ministério dos Transportes deverá assinar uma portaria que traz novas regras para a prorrogação de concessões ferroviárias — um passo necessário para a assinatura com a VLI. Outro fator que favorece as negociações da VLI, segundo uma fonte do setor, é o avanço das conversas entre o ministério e a Vale, que hoje discutem a repactuação das renovações antecipadas firmadas pela empresa no governo passado, da Estrada de Ferro Carajás e da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A gestão atual do ministério avalia que os termos dos acordos firmados no governo passado foram excessivamente favoráveis às empresas.
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