Número de empresas de construção cresceu 17,9% em 2022, maior alta desde 2013, aponta IBGE

Valor Econômico – O país tinha 174,7 mil empresas de construção em 2022, terceiro ano da pandemia. O número cresceu 17,9% frente a 2021, a maior variação desde 2013. Ao todo, o valor gerado em incorporações, obras e/ou serviços da construção pelo setor de construção chegou a R$ 439 bilhões em termos nominais, sendo R$ 415,6 bilhões em obras e/ou serviços e R$ 23,5 bilhões em incorporações.

As informações são parte da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) 2022, divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo mostra um retrato da indústria da construção no ano de 2022, com valor gerado pelo setor, pessoal ocupado e a participação dos setores público e privado, entre outros dados.

“O ano de 2022, ainda com incertezas em relação à pandemia de covid. Já havia processo de diminuição, mas ainda havia algumas incertezas. A construção se destaca impulsionando a economia e os empregos”, afirma o analista da pesquisa, Marcelo Miranda.

Dos R$ 415,6 bilhões em obras e serviços em 2022, 69,8% foram provenientes de contratações por pessoas físicas e/ou entidades privadas (R$ 290,1 bilhões) e o restante (R$ 125,5 bilhões) por entidades públicas. Os valores são nominais, porque não há deflator específico para obras e serviços de construção, como explica o IBGE.

Em termos nominais, o valor de obras dos três segmentos foram: Construção de edifícios com R$ 186,1 bilhões em valor gerado (42,4%); Obras de infraestrutura com R$ 147,8 bilhões (33,7%); e serviços especializados para construção com R$ 105,1 bilhões (23,9%).

O setor tinha, ao fim de 2022, 2,3 milhões de trabalhadores, 4,4% a mais que em 2021. O montante total pago em salários, retiradas e outras remunerações foi de R$ 79,6 bilhões.

A pesquisa revela também a estrutura dos custos e despesas da indústria da construção. Quase metade (48,3%) dos gastos era voltado para o pagamento de pessoal em 2022. A categoria lidera a estrutura de custos desde 2013, com pouca variação – apenas 0,3 ponto percentual de recuo desde então.

Em seguida, consumo de materiais de construção foi o segundo item mais significativo, correspondendo a 37,4% dos custos e despesas do setor em 2022, mas sua participação aumentou em 2,4 pontos percentuais desde 2013. Em terceiro lugar, estão as despesas com obras e serviços contratados a terceiros, que perderam 2 pontos percentuais nos últimos 10 anos, tornando-se responsáveis por 14,3% do total em 2022.

Por ser uma pesquisa relativa a 2022, Marcelo Miranda explica que não há influência das recentes enchentes no Rio Grande do Sul nos dados da PAIC. “Mas é importante ter o patamar histórico da indústria da construção para no futuro se poder discutir as consequências dessa tragédia”, diz.

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/05/29/numero-de-empresas-de-construcao-cresceu-179percent-em-2022-maior-alta-desde-2013-aponta-ibge.ghtml

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