Investimento começa 2024 bem, mas setor de máquinas e equipamentos não se beneficia, diz Abimaq

Valor Econômico – A Formação Bruta de Capital Fixo, conhecida como a medida de investimentos no PIB, cresceu 4,1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, mas nem todos os subsetores agregados nesse indicador se saíram bem. Segundo a diretora de competitividade, economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Cristina Zanella, o crescimento foi puxado pelos investimentos em construção.

“Esperávamos que o ano começaria mais pujante com o direcionamento de queda da taxa de juros, mas isso não aconteceu. Já até revisamos os nossos números e esperamos uma queda de 8% no setor de máquinas e equipamentos para o fim do ano de 2024”, afirma Zanella.

Segundo levantamento interno da Abimaq, no primeiro trimestre deste ano em comparação ao trimestre imediatamente anterior, o consumo de maquinas e equipamentos cresceu 1,2%, mas a receita do setor caiu 4,5%.

Zanella relata que a importação de máquinas e equipamentos cresceu 10%, mas a produção local não teve a mesma demanda e vive um momento difícil.

“O problema é na questão das máquinas produzidas localmente. Quando olhamos para o nosso faturamento direcionado ao mercado doméstico, encolheu 24% nesse primeiro trimestre comparado com o mesmo trimestre do ano passado, por exemplo”, afirma a diretora da Abimaq. As exportações [de máquinas] sustentaram um pouco os nossos números, mas o mercado doméstico foi muito ruim”, acrescenta.

A executiva da Abimaq explica que a demanda na indústria de transformação por máquinas e equipamentos produzidos dentro do Brasil esteve muito baixa por causa da taxa de juros elevada. “O câmbio passou a ser favorável para o produtor local [favorecendo as exportações] e as nossas taxas de juros aqui estão elevadas. Por outro lado, quando se importa uma máquina, geralmente se faz financiamento e as taxas de juros lá fora estão mais baratas. Por isso preferem comprar máquinas e equipamentos lá fora do que internamente”, explica.

Para Zanella, não há expectativa de que esse cenário seja revertido ao longo do ano. “Esperávamos que a taxa Selic fosse para 9%, mas agora já vimos que não vai. Isso é ruim para o mercado porque a taxa básica de juros é o direcionamento para as outras taxas. Ela vai continuar alta e isso inibe os investimentos em máquinas”, diz.

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/06/05/investimento-comea-2024-bem-mas-setor-de-mquinas-e-equipamentos-no-se-beneficia-diz-abimaq.ghtml

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