Metrô CPTM – Quando decidiu levar à frente a expansão da Linha 2-Verde entre Vila Prudente e Penha e posteriormente até Dutra, em Guarulhos, o Metrô de São Paulo já sabia que precisaria reforçar sua frota de trens.
Há bastante tempo sem encomendar novas composições de metrô convencional, a companhia tem estudado a fundo como aprimorar os futuros veículos que passarão a circular no ramal e talvez nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha.
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Com o início das obras do trecho de oito estações, o Metrô se debruçou em duas frentes principais, os novos trens e os sistemas que irão permitir a operação conjunta com as 14 estações ativas hoje.
Um desses contratos foi assinado nesta semana com a Agis Construção e prevê um grande escopo de serviços – de escadas rolantes a portas de plataforma, entre outros.
Já a compra de 44 novos trens foi adiada pela segunda vez. Antes previsto para março e depois setembro, o leilão agora não tem data para ocorrer, apenas que poderá levar mais dois meses até que o edital atualizado fique pronto.
O novo atraso, portanto, começa a se tornar preocupante já que há um longo caminho até que a fabricante escolhida comece de fato a projetá-los e montá-los.
21 meses para a entrega do trem cabeça de série
Peguemos um exemplo hipotético em que o leilão, agora a ser feito por via eletrônica, ocorra até novembro, ou seja, 60 dias após a previsão anterior.
Caso tudo corra bem, a empresa ou consórcio vencedor teria dezembro para providenciar documentos e todo trâmite burocrático que permitiria a assinatura do contrato.
Num cenário em que a formalização contratual aconteça em janeiro de 2025, o fabricante dos trens teria até outubro de 2026 (21 meses) para entregar a unidade “cabeça de série”, que é usada para os testes.
Ou seja, é uma data já no fim do ano em que o governo aposta que inaugurará quatro estações – Orfanato, Santa Clara, Anália Franco e Vila Formosa.
Como se sabe, entregar um trem é uma coisa, colocá-lo em serviço com passageiros, devidamente comissionado, é outra bem diferente.
Serão precisos vários testes antes que o primeiro trem da chamada Frota R esteja pronto de fato e isso certamente adentrará 2027 nesse cronograma fictício exposto aqui.
Vale lembrar ainda que a nova frota incorporá características inéditas no Metrô como a operação UTO (trem sem operador e cabine), entre outras.
Tudo depende também do ritmo das obras e da implantação de sistemas
Nosso cenário, obviamente, é otimista: não inclui possíveis atrasos, problemas ou imprevistos, o que tem sido comum em projetos complexos como esse.
Pode ocorrer uma situação mais ideal em que as composições cheguem antes? Talvez. Pegue-se o exemplo da Frota P, da Linha 5-Lilás, cujos 26 trens foram fabricados pela CAF.
A empresa espanhola venceu a concorrência em meados de 2011 e entregou o primeiro trem em novembro de 2013.
O problema, neste caso, foi que o ramal não estava preparado para operar com o sistema CBTC, o único embarcado na composição, e a Frota F só foi estrear em 2017.
Pois bem, está aí outra possibilidade e que talvez o governo já considere, um atraso nas obras civis e de sistemas de expansão da Linha 2-Verde.
A evolução das estações do primeiro trecho tem sido satisfatória e a tuneladora Cora Coralina avançou significativamente até aqui, mas não basta apenas abrir os túneis e construir acessos.
É preciso montar e testar diversos sistemas e fazê-los compatíveis com o trecho mais antigo, como é o caso da sinalização, que é tecnologia de propriedade da Alstom.
Não parece algo que se resolva da noite para o dia, por isso o quanto antes os novos trens estejam disponíveis, melhor.
Fonte: https://www.metrocptm.com.br/a-linha-2-verde-do-metro-corre-risco-de-ficar-sem-trens/
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