O Povo (CE) – O transporte de passageiros sobre trilhos no Ceará desempenha papel crucial na mobilidade nas três regiões metropolitanas do Estado. No entanto, existem diferenças significativas entre duas categorias principais de transporte coletivo sobre trilhos: o Metrô e o VLT.
De acordo com a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), o Metrô oferece maior capacidade e o VLT, por ser um sistema de menor impacto, se destaca pela sua flexibilidade e integração com o tráfego rodoviário, compartilhando espaço na rua com carros e pessoas.
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Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o Metrô, especificamente a Linha Sul, opera em uma via férrea segregada ao longo de seus 24,1 quilômetros de extensão, tendo 20 estações ao total, desde Fortaleza até Pacatuba. Conforme o Metrofor, esta segregação é essencial devido à presença de uma rede elétrica de alta tensão ao longo do percurso.
Para evitar interações com o tráfego rodoviário, explica em nota o Metrofor, todos os pontos de cruzamento foram substituídos por túneis, viadutos, passarelas e passagens subterrâneas. Medidas que minimizam o impacto urbano, permitindo que os moradores cruzem de um lado para outro com mais facilidade.
Diferentemente do Metrô, as linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) no Ceará, que incluem as linhas Oeste, Nordeste, VLT do Cariri e VLT de Sobral, não são eletrificadas. Operando com motores a diesel, essas linhas mantêm cruzamentos com ruas e avenidas, conhecidos como passagens de nível ou cruzamentos rodoferroviários.
A Metrofor destaca que essa característica proporciona uma maior integração com o tráfego urbano, resultando em um impacto urbano mais moderado se comparado ao Metrô. As linhas de VLT abrangem um total de 60,2 quilômetros de trilhos e contam com 75 cruzamentos e 42 estações distribuídas entre Fortaleza, Caucaia, Sobral, Juazeiro do Norte e Crato.
Capacidade e operação
O Metrô, com sua via separada e ausência de cruzamentos com o tráfego rodoviário, pode oferecer maior capacidade de transporte em comparação com o VLT. Em 2023, a Linha Sul do Metrô foi responsável por 56,4% da demanda de transporte atendida pelo Metrofor.
Já as quatro linhas de VLT compartilharam os 43,6% restantes. Isso reflete as diferentes necessidades de cada sistema: o Metrô é ideal para grandes volumes de passageiros, enquanto o VLT se destaca por sua flexibilidade e integração com a cidade.
Segurança nos cruzamentos
Os cruzamentos rodoferroviários das linhas de VLT são pontos que exigem atenção redobrada. Todos os 75 cruzamentos são rigorosamente sinalizados com placas de: pare, olhe e escute, além disso, os cruzamentos contam com cancelas, luzes, alertas sonoros e sinalização horizontal para garantir a segurança de motoristas e passageiros. Os trens também reduzem a velocidade e emitem sinais sonoros ao se aproximarem desses pontos, minimizando os riscos de acidentes pela cidade.
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