O Povo (CE) – Recém-assinada a ordem de serviço liberando as obras de infraestrutura da ferrovia Transnordestina entre Quixeramobim e Quixadá, a ideia é antecipar a construção do lote 11, que conecta o trem ao Porto do Pecém, no Ceará, para o fim de 2024.
A expectativa foi levantada por Alex Augusto Sanches Trevizan, diretor Comercial e Terminais na Transnordestina Logística (TLSA) e diretor na Nordeste Logística (Nelog), durante palestra no Fiec Summit 2024.
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O evento é voltado para a cadeia que envolve o hidrogênio verde (H2V) e é realizado pela Federação das Indústrias do Ceará no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, finalizando nesta terça-feira, 13 de agosto.
Segundo Trevizan, os próximos lotes vislumbrados são o 7 e o 8, que passam por Quixadá, Itapiúna e Baturité.
“Estamos em conversa com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o BNB (Banco do Nordeste) para contratar”, frisa.
Em seguida, ele fala nessa antecipação do contrato do lote que chega ao Porto do Pecém. A expectativa é que até dezembro deste ano isto seja viabilizado.
“Está ocorrendo uma procura grande, é pujante de investimento. Cada dia chegam novos investidores. A ideia é traçar o trecho ferroviário dentro do Porto até a BR-222 e proximidades”, acrescenta.
Ele diz que é importante também para atrair investimentos, pois as empresas que forem se instalar pela região já vão sabendo que tem ferrovia. “Isso dá conforto maior ao investidor. Pensar no futuro em puxar um ramal para essa ferrovia.”
Na sequência é que serão vistos os lotes 9 e 10, que passam por Baturité, Aracoiaba até Caucaia. Ou seja, estes ficariam para o começo do ano que vem.
Obra da Transnordestina no Ceará
No dia 2 de agosto de 2024, foi assinada ordem de serviço liberando as obras de infraestrutura no lote 6 da ferrovia Transnordestina, entre os municípios de Quixeramobim e Quixadá, com extensão de 51 km.
O avanço dessa obra se une ao andamento dos lotes 4 e 5, entre as cidades de Acopiara e Quixeramobim, com 102 km.
Atualmente, estão concluídos 673 km dos 1.206 km de extensão da ferrovia.
Com a contratação do lote 6 restará contratar 230 km para que a obra alcance o Porto do Pecém.
A partir das obras, serão criados mais mil empregos diretos, segundo a Transnordestina Logística S.A, responsável pelo empreendimento.
Somados aos 2,5 mil gerados no momento, a empresa destaca a geração de 3,5 mil oportunidades diretas.
Agora, a expectativa é contratar mais três lotes ainda em 2024, preparando a ferrovia para iniciar em 2025 uma fase de comissionamento (testes), já com os primeiros transportes de cargas.
Entrariam nesta etapa especialmente soja, farelo de soja, milho e calcário, a partir do Terminal Intermodal de Cargas do Piauí e indo até a região Centro-Sul do Ceará e algumas regiões de Pernambuco.
Conforme a TLSA, considerando a fase I do projeto, que vai de Paes Landim (Piauí) até Acopiara (a 350,93 km de Fortaleza), no Ceará, já estão concluídos cerca de 70% do empreendimento.
A conexão do Piauí com o porto do Pecém é o foco desta fase, que deve ser finalizada até 2027, quando a ferrovia entra em operação.
Já a fase II, que vai de Eliseu Martins a Paes Landim (ambas no Piauí), tem prazo de conclusão até 2029 conforme cronograma aprovado.
Prioritariamente no Ceará, a Transnordestina deve atuar com três terminais de carga, atendendo não somente os grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores do Ceará.
Um dos terminais, por exemplo, tem foco em grãos, e ficará na região entre Iguatu (a 388,82 km da Capital) e Quixadá.
A localização dos outros dois – um para combustíveis e outro para fertilizantes – ainda será definida pela empresa.
Para a TLSA, “como alavanca de desenvolvimento, a ferrovia representará um novo marco no escoamento de produtos da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), diminuindo o custo logístico e tornando os produtos brasileiros competitivos no mercado mundial.”
A empresa adiciona que a ferrovia é um indutor de negócios em toda a sua região de influência, “tendo potencial de gerar milhares de empregos e transformar a realidade do Nordeste.”
“Além disso, o projeto está alinhado à agenda de ESG do Grupo CSN, que tem como um dos compromissos o desenvolvimento socioambiental no entorno de suas operações”, complementa em comunicado após a assinatura da ordem de serviço.
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