Novas parcerias em construção

Colaborador da Pelicano Construções acompanha desguarnecedora em atividade
Colaborador da Pelicano Construções acompanha desguarnecedora em atividade

Colaborações estratégicas aceleram a evolução do mercado ferroviário

As construtoras ferroviárias estão buscando estabelecer e fortalecer parcerias para desenvolver projetos de longo prazo, modernizar o setor, melhorar a eficiência e superar desafios, como a escassez de mão de obra.

O diretor geral da Pelicano Construções, Fernando Furtado Ribeiro, vislumbra as oportunidades. Para ele, se as operadoras estiverem dispostas a consolidar um espaço de diálogo permanente com as construtoras ferroviárias, os ganhos serão significativos. “A consolidação de um ‘know how’ técnico operacional entre os profissionais da área garantirá, tanto às concessionárias quanto às construtoras, uma eficiência na execução dos serviços, que resultará em agilidade e qualidade na entrega dos projetos”, avaliou.

Atualmente, a Pelicano tem adquirido tecnologias e realizado investimentos, graças aos contratos de longo prazo que impactam positivamente o mercado ferroviário brasileiro.

A Prumo Engenharia também citou uma parceria entre Aterpa e o Grupo Avante, que abrange empresas como GSM Mineração, Ferro Puro Mineração, CDB Logística e CDA Logística. Além disso, a construtora está envolvida em mais de 30 projetos de concessionárias ferroviárias brasileiras, sendo a maioria dos contratos com duração superior a 24 meses.

Entre eles, o Lote 1 da Ferrovia da Bamin, que se consolidará como o principal corredor logístico para o transporte de minério e outras cargas na Bahia; e o projeto de regulação de cargas da Rumo, que oferece suporte à concessionária em situações de adversidades no transporte de grãos.

Para o diretor executivo da organização, Endrigo Lucas, a participação crescente da iniciativa privada, através de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), está acelerando projetos que estavam paralisados. Outro ponto considerado por ele é que a demanda por transporte de commodities, como minérios e grãos, reforçou a necessidade de investimentos em corredores de exportação. “Essas mudanças posicionam o setor ferroviário como estratégico para o desenvolvimento do país, aumentando a eficiência logística e a competitividade”, afirmou Lucas.

O diretor superintendente da Monteiro Castro, Roberto Nardelli Monteiro de Castro, complementou a visão sobre o mercado ferroviário atual. “A atualização da legislação brasileira, a renovação antecipada das concessões ferroviárias e o investimento público e privado em novas ferro vias, vem aquecendo o mercado, tanto com a construção de novas obras, quanto com a necessidade de renovação e maior manutenção das vias existentes.”

Daqui para frente

Em comum, as construtoras ferroviárias possuem o desafio de empregar mão de obra qualificada. Lucas elucidou o impacto prático das decisões estratégicas. “Com o desenvolvimento dos colaboradores, minimizamos as interrupções nas vias e contribuímos com os clientes para eficiência máxima no transporte de cargas.”

Para superar os entraves atuais, todas as empresas estão intensificando o desenvolvimento e a formação dos profissionais. Nesse contexto, a Pelicano fez uma ressalva: “a formação e a capacitação de novos profissionais dependem de tempo e investimento; neste sentido, é crucial destacar a importância dos contratos de longa duração e as parcerias para garantir a execução com qualidade e menores riscos”, pontuou Ribeiro.

Apesar dessa dificuldade, as construtoras estão otimistas com o futuro do mercado ferroviário, com percepções específicas em relação ao cenário atual.

O diretor financeiro da Cotrin Construtora Trindade, Henrique Trindade, destacou as expectativas. “No curto e médio prazo, temos projetos em andamento, como Fico, Fiol e a extensão da Malha Norte no Mato Grosso. A longo prazo, acreditamos que o país tem grande potencial de crescimento, seja com a construção de novos ramais, short lines e modernizações.”

Para ele, o mercado ferroviário é cíclico e este ano tem sido mais morno, com muitas propostas, mas poucos fechamentos. “Ainda assim, acreditamos que, nos próximos anos, haverá um crescimento exponencial no setor, uma vez que vários projetos de grande porte têm data prevista de início para 2025”, complementou.

Para Monteiro de Castro, o mercado ferroviário vem sofrendo grande variação ao longo dos últimos anos por conta de alteração de legislação e falta de recursos financeiros e planejamentos. No entanto, isso não prejudica. “Nossa empresa entende que estamos passando por um momento de aquecimento. Hoje participamos de três grandes projetos de construção de ferrovias e metrô. Sendo otimista, entendemos que com a nova legislação para concessão ou autorizações para implantação de novas ferrovias e os investimentos previstos com antecipações das concessões, o mercado ampliará”, explicou.

Operação sendo realizada na Bamin lote 1

Já a Prumo enxerga oportunidades em contratos recorrentes de manutenção. “Projetos como a Fiol, Ferrovia Norte Sul (FNS) e Transnordestina, fomentados pelo novo PAC, devem gerar uma expansão significativa de demandas no mercado”, destacou Lucas. “A defasagem da malha ferroviária no Brasil cria uma necessidade constante de investimentos e a expectativa é que isso se intensifique à medida que novos projetos de infraestrutura sejam implementados”, acrescentou.

A Pelicano também acredita nos projetos anunciados em diversas frentes pelo país. No entanto, não descarta a necessidade de reavaliar as expectativas de médio a longo prazo. “Estamos falando de um setor fortemente afetado pelos números da economia, especialmente o comportamento e demanda dos mercados, valor das commodities internacionais, política de juros e disponibilidade de recursos para investimentos em infraestrutura”, analisou.

Máquinas da Rumo Logística em atividade

Ribeiro finaliza explicando que “para o crescimento contínuo e robusto, é preciso que os projetos anunciados saiam do papel e que os atores envolvidos tenham segurança jurídica nos investimentos e retornos vislumbrados”.

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