Valor Econômico – O valor de mercado da Vale era de aproximadamente R$ 360,9 bilhões no fim de outubro de 2022, mês em que a Cosan anunciou a compra de cerca de 4,9% das ações da mineradora. Hoje, a empresa vale cerca de R$ 236,6 bilhões, o que representa uma perda de R$ 124,2 bilhões, ou uma queda de 34,4%, desde o movimento feito pela Cosan.
Como antecipado pelo Valor, a empresa de Rubens Ometto confirmou a venda de 173 milhões de ações da Vale, o equivalente a 4,05%, zerando a posição na mineradora. Segundo a companhia, a decisão se baseou “exclusivamente no objetivo de otimizar sua estrutura de capital”. Com a operação, a Cosan embolsa R$ 9,1 bilhões. Em 2022, quando adquiriu participação na empresa, as ações da mineradora valiam R$ 62,71, o que representa uma queda de 16,8% desde então.
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Os papéis chegaram a entrar em leilão durante a manhã desta quinta-feira e depois adotaram movimento bastante volátil. Por volta de 13h10, o papel ordinário da mineradora caía 0,68%, a R$ 52,25. O Ibovespa, por sua vez, recuava 1,12%, aos 121.275 pontos.
Segundo Matheus Amaral, especialista de renda variável do Banco Inter, há duas forças atuando sobre os papéis da mineradora hoje e por vezes, uma pode exibir uma força maior sobre a outra.
“Tem essa pressão vendedora de um grande acionista saindo como a Cosan e um movimento especulativo. E, por outro lado, tem o minério de ferro subindo”, observa Amaral.
Participantes do mercado avaliam, ainda, que o movimento desta quinta-feira, de forte oscilação dos papéis, pode ser o fim de um “overhang” [pressão de vendas] esperado pelo mercado. “Todo mundo esperava que a Cosan fosse vender essa participação, porque está muito alavancada na holding”, diz um gestor local, na condição de anonimato.
Em relatório, o BTG Pactual afirma que a venda da participação na Vale foi uma questão estratégica da companhia para reduzir sua alavancagem e não existe desconfiança sobre os rumos estratégicos da mineradora.
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