Entre os “bons acordos e bons investimentos” que o
presidente Michel Temer espera trazer da China, está a consolidação do
interesse dos asiáticos na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Está
prevista a assinatura de um memorando de entendimento entre empresas chinesas e
o governo da Bahia para tocar o empreendimento. O documento não é um
compromisso de investimento, mas reflete o interesse das partes envolvidas no
negócio.
Os chineses querem participar da construção da linha, que
atravessa a Bahia, e do porto nas proximidades de Ilhéus (BA). Têm interesse
também na exploração de minério de ferro na região de Caetité (BA), que será
atendida pela ferrovia.
A outorga para exploração mineral pertence à Bahia Mineração
(Bamin), empresa de capital cazaque que detém a licença para construir um
terminal marítimo em Ilhéus. O governo baiano pretende instalar um porto
público na mesma região.
Com 1.527 km e parcialmente construída com recursos
federais, a Fiol não figurava entre os projetos mais “vendáveis” do governo.
Além de não ter porto, está longe das regiões produtoras de grãos. Porém,
ganhou importância porque coincide em parte com uma prioridade dos chineses, a
ferrovia Bioceânica.
A Bioceânica foi anunciada em 2015 pela presidente Dilma
Rousseff após acordo com os chineses. É um projeto orçado em US$ 70 bilhões,
com traçado cortando o Brasil e o Peru para ligar os oceanos Atlântico e
Pacífico. O Brasil desenhou um plano B: construir, com os chineses, a parte
brasileira da Bioceânica, com interesse na Ferrovia de Integração do
Centro-Oeste (Fico), projeto que atravessa o Mato Grosso. Segundo fontes do
governo, os chineses aceitam, desde que esse projeto esteja acoplado à Fiol.
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