A safra nacional de grãos deve alcançar o montante recorde de 224,2 milhões de toneladas em 2017, crescimento de 21,8% em relação à produção colhida no ano passado, de acordo com os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de fevereiro, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A estimativa é mais otimista do que a divulgada anteriormente. Revisões nas culturas de soja, arroz, milho e café canephora adicionaram 2,9 milhões de toneladas na previsão de janeiro.
A supersafra traz uma perspectiva positiva para os preços dos alimentos nos supermercados e também para o Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária, disse Carlos Alberto Guedes, gerente na Coordenação de Agropecuária do IBGE.
“É um momento importante para o País. A gente vem de um momento de crise e vai entrar com uma safra grande no mercado. Vocês acompanharam o PIB, a maior redução foi do setor agrícola, e isso tende a mudar agora em 2017”, afirmou.
O IBGE divulgou na terça-feira os resultados das Contas Nacionais Trimestrais referentes a 2016. Com a quebra da safra por causa de condições climáticas adversas, o PIB da Agropecuária teve o maior recuo no ano entre os componentes da oferta, de 6,6%. “Embora o setor agrícola tenha impacto relativamente pequeno no PIB, ele movimenta uma cadeia muito maior, setores como o de transporte e exportações”, disse Guedes.
Entre os 26 principais produtos, 16 apresentaram estimativa de safra maior em relação ao ano anterior, entre eles algodão, amendoim em casca, arroz, batata-inglesa, cacau, café canephora, cebola, feijão, mamona, milho, soja, sorgo e triticale.
“A safra interfere em alguns indicadores da economia. Os grãos são a base da ração animal, então, o aumento na produção de soja e milho contribui para manter preços de aves, ovos e leite em patamar menor. Feijão e batata-inglesa também são itens com crescimento. Isso favorece inflação mais controlada em 2017 e quem sabe 2018”, avaliou o economista Marcel Caparoz, analista da RC Consultores.
Líder. O milho está puxando a alta na produção agrícola brasileira em 2017. Dos 40,2 milhões de toneladas de grãos que o País deve colher a mais este ano, 25,1 milhões são de milho. “Os produtores vinham diminuindo a área de milho de primeira safra para plantar soja e apostar na segunda safra de milho. Este ano isso mudou. Como o preço do milho aumentou, os produtores aumentaram a área do milho de primeira safra”, disse Guedes.
A produção de milho deve alcançar 88,459 milhões de toneladas em 2017, aumento de 0,5% em relação à previsão feita em janeiro. O Brasil colherá ainda 12,6 milhões de toneladas a mais de soja. A expectativa é de safra recorde de 108,405 milhões de toneladas do grão, 1,3% maior do que a estimativa de janeiro.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também divulgou a previsão para a produção de grãos na safra 2016/17, em fase de colheita. O órgão estima um recorde de 222,91 milhões de toneladas, que revelou aumento de 19,5%.
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