O escoamento da produção de grãos do agronegócio brasileiro
continua sendo feito pelos portos do Sul e do Sudeste, que sofreram um
estrangulamento nos últimos anos, mesmo com a mudança do agronegócio para o
Centro-Oeste. Sem investimentos de peso em novos acessos terrestres e
marítimos, a saída das exportações do Brasil rumo ao mercado consumidor
internacional virou um grande gargalo para os produtores, que nos últimos anos
investiram forte na melhoria da eficiência e da produtividade de suas fazendas.
Mas, ao ter de transportar a safra em caminhões por mais de 2.000 quilômetros,
parte desses ganhos se perde no meio do caminho.
Nesse cenário, o Corredor Norte vem ganhando importância no
País. De 2009 para cá, as exportações por esse corredor cresceram 170%, de 7
milhões de toneladas para 19 milhões de toneladas. A expectativa é que esse
volume continue em crescimento. Levantamento do Ministério da Agricultura
mostra que a expansão das saídas pelo Norte vai ajudar a dobrar a produção de
soja e milho até a safra 2024/2025
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Porém, a falta de ferrovias e hidrovias para escoar a
produção de grãos em longa distância e a péssima qualidade das rodovias
brasileiras representam uma enorme perda de competitividade do produto
brasileiro em relação ao mercado internacional. Uma alternativa que está no
radar do governo é a chamada Ferrogrão, ferrovia desenhada por um grupo de
produtores (Bunge, Cargill, Maggi e Dreyfus) do Centro-Oeste.
O projeto original prevê a construção de 1.140 quilômetros
de trilhos entre Lucas do Rio Verde (MT) até Miritituba (PA), num total de R$
10 bilhões de investimentos (valor antigo). O governo federal quer licitar o
projeto para elevar o volume de investimentos no País.
Ainda assim, com todos esses gargalos, na última década, o
Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário brasileiro cresceu a uma taxa média
anual de 3,3% ante 2,3% do resto da economia e a produção deu um salto de mais
de 100 milhões de toneladas. O agronegócio é fundamental no processo de
retomada do crescimento da economia brasileira e o debate diante desse cenário
pode trazer importantes contribuições.
Para estimular esse debate, no dia 7 de novembro, o Estadão,
em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reúne
mais uma vez em seu auditório, em São Paulo, especialistas, empresários e
representantes do governo que vão discutir sobre a logística e a infraestrutura
no agronegócio e o que precisa ser feito para que o País avance nesse segmento.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site
www.estadaoeventos.com.br/agronegocio
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