Colheita de soja deve chegar a 100 milhões de toneladas

Novas previsões para a safra de soja do Brasil 2016/17, que
começa a ser plantada em poucos dias, reforçam a percepção de que a colheita do
Brasil deverá superar pela primeira vez a marca de 100 milhões de toneladas, já
que não haveria prejuízo relevante com o fenômeno climático La Niña, mostrou
uma pesquisa da Reuters.

O levantamento com 12 estimativas de consultorias e
entidades sobre a nova colheita aponta volume de 103,1 milhões de toneladas,
ante 103,8 milhões de toneladas na pesquisa de 26 de julho, com sete fontes.

Em 2015/16, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), o Brasil colheu 95,4 milhões de toneladas de soja, com frustração de
expectativas devido a problemas climáticos.

Para a área semeada com a oleaginosa em 2016/17, a previsão
média de dez estimativas ficou em 33,7 milhões de hectares, ante média de 33,9
milhões no fim de julho, quando apenas cinco consultorias haviam formulado
projeções.

“Acreditamos em bons rendimentos da soja nesta nova safra…
Como todo fenômeno climático, o La Niña traz atenção. Mas ele só deverá ganhar
força no final de 2016 e se caracterizar com mais intensidade em 2017. Sua
intensidade moderada pode até beneficiar a produção brasileira de grãos em
alguns Estados”, disse o analista de grãos da IEG FNP, Aedson Pereira.

A FNP reduziu levemente a projeção de área semeada com a
oleaginosa, ante junho, mas manteve a projeção de colheita, indicando melhores
produtividades.

Meteorologistas e representantes de produtores rurais
disseram que o plantio da nova temporada deverá começar primeiro no Paraná,
onde haverá chuvas abundantes, e atrasado em Mato Grosso, onde as precipitações
estabilizarão apenas em meados de outubro.

La Niña. Os especialistas, contudo, ainda avaliam se o
fenômeno La Niña, provocado por uma alteração nas águas do Oceano Pacífico,
terá influência sobre a safra brasileira. Quando o fenômeno ocorre com força,
pode provocar chuvas excessivas no Norte do País e seca no Sul.

Ontem, o serviço de previsão climática do governo dos
Estados Unidos reduziu sua expectativa das condições para o desenvolvimento do
La Niña durante o outono e inverno no Hemisfério Norte (primavera e verão no
Sul).

“Por mais que haja atrasos (no plantio) no Centro-Oeste, os
índices de precipitações não deverão sair muito da normal climatológica”,
avaliou Pereira.

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