Um ramal ferroviário entre Vitória e a divisa com o estado
do Rio de Janeiro pode ser viabilizado por um acordo que está sendo construído
entre os governos federal e estadual e a Vale.
Pelo acordo, ao invés de pagar pela renovação da concessão
da Estrada de Ferro Vitória-Minas, a Vale construiria o ramal ferroviário que
“será a âncora de um novo ciclo de desenvolvimento para o Sul do estado”, como
afirmou o governador Paulo Hartung no workshop do projeto “ES Competitivo 2016”
realizado em Cachoeiro de Itapemirim, nesta sexta-feira (25).
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Segundo o governador, a nova ferrovia torna viáveis os três
portos – dois em Itapemirim e um em Presidente Kennedy – projetados para a
região.
Na ocasião, o governador considerou que obras como as da
ferrovia e a duplicação da BR-101, e investimentos nas áreas de educação,
energia e transmissão de dados aumentam o nível de competitividade do estado.
“E, com o avanço da tecnologia, não há lugar ao sol para quem não é
competitivo”, disse Hartung, para completar: “A competitividade deve ser a
nossa meta mobilizadora. Quem se organizar e inovar vai bombar no pós-crise”.
O workshop do projeto “ES Competitivo 2016”, que é promovido
pela TV Gazeta, foi realizado nesta sexta-feira (25) pela manhã no auditório do
Sest/Senat, em Cachoeiro de Itapemirim e teve como tema “Inovação e
Tecnologia”. Ao evento compareceram secretários de estado, prefeitos atuais e
eleitos de vários municípios da região e lideranças empresariais.
O secretário estadual do Desenvolvimento, José Eduardo Faria
de Azevedo, destacou que, de acordo com o Planejamento Estratégico do governo
do estado, “a competitividade deve ser o objetivo de todos os projetos e ações
governamentais”. “No planejamento, concluímos que olhar para a crise não era um
bom negócio, deveríamos olhar para o que estava sob o nosso controle e que
poderia contribuir para o desenvolvimento do estado”, afirmou.
Inovação e Tecnologia
Coube ao professor associado da Fundação Dom Cabral,
Leonardo Araújo, falar sobre o tema central do evento “Inovação e Tecnologia”.
Segundo Leonardo, para estimular a inovação, “os empresários devem colocar os
jovens na empresa, não para dar poder a eles – até porque eles não querem poder
-, mas para que eles possam criar coisas novas”, afirmou.
Leonardo aconselhou as empresas, para enfrentar “este novo
mundo”, a, entre outras coisas, serem ágeis, terem resiliência, assumirem
riscos, agir visando o curto e o longo prazos, ter foco e inteligência em
negócios, rever as estruturas e adequar os recursos à realidade”.
Novas tecnologias
O consultor Durval Vieira de Freitas falou sobre o “Acesso e
internalização de novas tecnologias nas pequenas e médias empresas”, sugerindo
uma maior aproximação entre as empresas e a academia e que os empresários devem
praticar permanentemente a inovação, “viajar para conhecer novas práticas” e
participar de instituições que estejam tratando do tema.
A palestra do presidente do Prodest, Renzo Colnago, tratou
da “Nova Economia” citando os novos negócios que têm surgido com a evolução da
tecnologia, entre os quais os bancos digitais, os novos ambientes de trabalho e
outras iniciativas nas áreas de transporte, filmes, músicas, contabilidade,
restaurantes e hotelaria.
Na área pública, Colnago citou iniciativas do governo do
estado como o COGESIM (que visa a melhoria do ambiente de negócios), o “ES na
palma da mão” (que torna serviços acessíveis no celular) e o “Laboratório de
inovação” (conduzido pela Secretaria de Gestão), que são programas que poderão,
inclusive, serem utilizados pelas prefeituras “porque foram concebidos em
plataformas de formato livre”.
O próximo evento do projeto “ES Competitivo 2016” será o
Fórum de encerramento, em Vitória, no próximo dia 8, que terá como convidado
especial o economista Armínio Fraga.
Economia Criativa
No Espírito Santo, a Economia Criativa representa 6% da
produção capixaba. Segundo pesquisa do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN),
o setor teve crescimento de 16,8% em relação ao mesmo período de 2015, o que colocam
Estado na sexta posição no ranking brasileiro. A população ocupada com
atividades criativas no Espírito Santo é de 8,2%, ficando apenas 0,2% abaixo da
média nacional.
De acordo com o SEBRAE, a Economia Criativa é um modelo de
negócio ou gestão que se origina em atividades, produtos ou serviços
desenvolvidos a partir do conhecimento, criatividade ou capital intelectual de
indivíduos com vistas à geração de trabalho e renda.
O crescimento no meio criativo se dá, principalmente, entre
micro empreendedores e pequenos negócios. Mas, além da crise econômica que
impulsionou a ampliação do setor, a economia criativa alavancou novos negócios
criados, majoritariamente, por jovens, que de forma colaborativa criam startups
que exploram potenciais nos mais diferentes setores da economia.
Polo de inovação
Vitória pretende ser um dos novos polos de ciência,
tecnologia e inovação do país com a implantação do Parque Tecnológico. Esse
complexo será instalado em uma área de 330 mil m², próxima à Universidade
Federal do Espírito Santo, em Goiabeiras, para gerar conhecimento e atrair
novos negócios para o Estado.
O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória
(CDV), André Gomyde Porto, disse que, além do Parque Tecnológico de Vitória, a
capital do Espírito Santo pretende se inserir na Rede Brasileira de Cidades
Inteligentes e Humanas com o Plano de Ação Vitória Sustentável. Esse plano
integra a capital às iniciativas das Cidades Emergentes e Sustentáveis (Ices)
cujo objetivo é apoiar e ajudar o desenvolvimento urbano de cidades médias
latino-americanas.
A integração de Vitória à Rede Cidades Inteligentes irá,
segundo Gomyde, ampliar o nível de competitividade da cidade. Entre as ações previstas estão a
universalização do acesso popular à internet e aos diversos recursos das novas
tecnologias e a efetivação da Parceria Público-Privada (PPP) da Iluminação
Pública.
O Parque Tecnológico Metropolitano de Vitória deverá começar
a operar em 2018. O seu objetivo de promover ciência, pesquisa, tecnologia e
inovação. É um empreendimento que irá concentrar, em um mesmo espaço, empresas
de perfil tecnológico, incubadoras, startups, agências de fomento, escritórios
compartilhados e de propriedade intelectual.
Esses empreendimentos deverão ter acesso à infraestrutura
necessária para desenvolver pesquisa, inovação e produtos, contando ainda com
interlocução e oportunidades de crescimento e de competitividade. “Será um
ambiente propício para a sinergia de experiências entre a academia e o
empresariado”, afirma o presidente da CDV.
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