Quem nunca ouviu a expressão: “Em casa de avós, pode tudo”? Os netos do aposentado de Piracicaba (SP) Jair da Silva Mendes, de 62 anos, seguem à risca a frase e podem até andar de trem na estação ferroviária que ele construiu no quintal de casa. Batizada de Amélio Marcheto, em homenagem ao pai de Mendes, a área do circuito tem 300 metros e fica dentro do pomar da residência, localizada no bairro Campestre.
O passeio é uma aventura com direito à Maria Fumaça, trilhos e passagens por túnel. Um dos trajetos preferidos dos netos do aposentado é passar pela mata fechada com armadilhas e chegar até a uma gruta. “Quando alguém faz o circuito pela primeira vez, fica com medo porque sempre tem galhos”, contou uma das netas, Larissa Zen Mendes, de 11 anos.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Apesar de ter construído a estação para divertir os netos, em 2012, Jair da Silva Mendes elaborou regras para o passeio. Giovana Ribeiro Mendes, de 5 anos, lembra das orientações do Vô Jair e garante que todos respeitam.”Ele fala que não pode por os braços e nem as pernas para fora do trem”, disse.
Já Vitor Mendes, de 8 anos, afirmou que o avô realizou o seu desejo. “Eu queria ter uma casa com uma passagem secreta, e ele fez”. Larissa lembra que as criações do avô não se restringem à estação ferroviária. “É o melhor avô do mundo, faz tudo o que a gente pede”, ressaltou a menina.
Projeto
Formado em administração, Mendes elaborou um projeto de construção da estação e tentou segui-lo rigorosamente. Como parte do plano de trabalho, uns dos objetivos era não cortar nenhuma árvore do pomar. “Consegui fazer um traçado no circuito para não ter que tocar em nenhuma delas”, afirmou.
Para fazer o trem, ele gastou menos de R$ 500 e utilizou materiais reciclados. O aposentado ainda explica que teve a ideia de construir a estação e a ferrovia para ver a felicidade dos netos e fazer a eles o que não conseguiu realizar para os filhos.
“O motor, por exemplo, foi reaproveitado de uma motocicleta. A parte da frente da maria-fumaça foi montada com um barril de armazenar azeitona. Eu quis fazer para eles, tudo o que não pude realizar para meus filhos”, falou.
Seja o primeiro a comentar