A Hidrovias do Brasil, empresa prestadora de logística
controlada pelo Pátria Investimentos, adquiriu duas embarcações para cabotagem
da Log-In, do Rio.
O acordo foi fechado por R$ 683 milhões e inaugura uma nova
frente de negócios para a companhia, criada há apenas seis anos e hoje com
operações de grãos no rio Tapajós e cargas diversas na hidrovia Tietê-Paraná.
Deixa também a companhia mais atraente para uma futura venda – ainda que,
oficialmente, seus executivos neguem que os acionistas do Pátria já estejam
pensando nisso.
Além de engordar o portfólio de ativos, a Hidrovias
diversifica seu escopo de atuação ao se lançar no segmento de cabotagem
(transporte portuário dentro do mesmo país), dominado por pouquíssimas
companhias. Segundo a Hidrovias, a aquisição dos navios “Log-In
Tucunaré” e “Log-In Tambaqui”, realizada após um processo de
negociação de mais de um ano, permitirá ampliar a integração de suas soluções
logísticas.
“Com a aquisição, a Hidrovias amplia seu portfólio ao
somar a cabotagem ao transporte e movimentação de cargas pelos corredores
hidroviários na América do Sul”, afirmou a empresa, em nota.
O acordo prevê a migração de um contrato de 25 anos (válido
até 2035) celebrado com a Alunorte para o transporte de bauxita entre os portos
de Trombetas e Vila do Conde, no Pará. A transação, porém, ainda está sujeita
ao cumprimento de “certas condições precedentes estabelecidas no
contrato”.
A empresa informou que R$ 60 milhões serão pagos à vista
para a companhia carioca, e os restantes R$ 140 milhões em 14 parcelas mensais,
em notas promissórias. Além disso, a Log-in transferirá para a Hidrovias
contratos de financiamento com o BNDES, cujos recursos são utilizados para o
financiamento das embarcações.
“Novata” no escoamento de grãos, a Hidrovias do Brasil
vem ganhando amplitude em operações logísticas no país, sobretudo com grãos. A
empresa, que se tornou operacional em 2013, faturou R$ 196 milhões em no ano
passado. Para 2016, prevê algo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões.
Em entrevista recente ao Valor , Bruno Serapião, CEO da
companhia, afirmou que espera movimentar cerca de 1 milhão de toneladas de
grãos este ano pelo corredor Norte, sua principal aposta. O volume deverá ser
ampliado para 3 milhões de toneladas de soja e milho em 2017 e alcançar a
capacidade de 6,5 milhões até 2020.
Além disso, opera o Corredor Logístico Sul através da
hidrovia Paraguai-Paraná, com capacidade de escoamento de 8 milhões de
toneladas de cargas diversas, como grãos e minérios, em operações que passam
pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
Ainda que o assunto não esteja “quicando”, os
boatos sobre a venda da companhia crescem. Para alguns players do mercado, 2018
seria um ano interessante para colher os investimentos realizados. E já há
rumores também de possíveis compradores – e eles passam, necessariamente, pelos
chineses.
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